Luís Freire, treinador do Rio Ave, em declarações aos jornalistas após o jogo com o Estoril a contar para a 3.ª jornada da Liga:

«Já na primeira jornada tivemos 60 minutos de bom nível, com 70 por cento de posse de bola contra o Vizela e depois perdemos o controlo do jogo no golo do Vizela. Em Alvalade seria sempre muito difícil para nós.

Hoje era difícil dar resposta o porque o Estoril tem muita qualidade e é uma equipa muito bem orientada. Sabíamos que ia ser um jogo aberto, com duas equipas a querer procurar o golo.

Sofremos logo o primeiro golo, com o Estoril a lançar um ataque forte à profundidade. Nós a tentar ligar mais, por vezes esticámos demasiado e partimos o jogo quando não devíamos, mas ainda ao longo da primeira parte começámos a ligar mais e não a despejar bolas na frente.

Conseguimos chegar à área do Estoril várias vezes com perigo. De canto íamos fazendo um golo. Temos lances bem construídos e finalizados. O 1-0 já era injusto ao intervalo, para mim. Não merecíamos estar a perder. Dissemos isso aos jogadores e que tínhamos de ter confiança e de acreditar em nós. O mais difícil, saindo da II Liga e tendo um calendário como o nosso, é ter confiança quando as coisas não saem logo.

Mas penso que os jogadores deixaram de hesitar tanto e assumiram o que queriam com bola. A jogar, a pressionar e a reagir à perda com personalidade. Penso que a reviravolta é justa, claramente justa. O Estoril faz o 2-2 num grande pontapé do Tiago Gouveia e depois voltámos a tentar o golo. Criamos mais uma ou duas situações para fazer. Penso que há uma grande penalidade clara que o árbitro não assinala, que acho que dava justiça ao vencedor. A haver um vencedor, seria o Rio Ave, porque teve mais oportunidades, remates e posse de bola. Foi uma equipa como eu quero e como os meus jogadores merecem. Trabalham muito e mereciam ter mais dois pontos.

Não podemos sofrer estes golos. O segundo golo custou-me um bocadinho, mas principalmente há que dar os parabéns aos meus jogadores. É um processo de crescimento e eles cresceram neste jogo.»

[A saída de Vítor Gomes e a entrada do Amine ao intervalo]

«Sentiu um desconforto na coxa e optámos por retirá-lo e lançar o Amine. A equipa toda sentiu que podíamos perder, mas tínhamos de tentar, de assumir. Estamos muito no início do campeonato e tínhamos de ir à procura do golo sem nenhum tipo de pressão extra. Foi só eles acreditarem. Temos de acreditar em nós. Os jogadores têm qualidade, alguns fizeram um grande jogo e é levar isso para casa.»

[Já somou o primeiro ponto. O que é que o preocupa agora?]

«O que continua a preocupar-me é melhorar a equipa. Hoje tivemos coisas boas, mas também coisas más. Se não, tínhamos ganho o jogo. Vamos continuar a olhar da mesma forma. Valorizar o que foi feito de bom, com jogadas bem ligadas com princípio, meio e fim.

Valorizamos o futebol com a nossa postura, mas temos de ir à procura. Isto não é fazer uma vez e está bom: há que fazer mais vezes. E eu estou cá para puxar por eles e eles têm de ir atrás.»