Não é inédito, ainda para mais quando Daniel Passarella é quem mais manda. O River Plate não quer que os jovens do clube tenham cabelo comprido ou pintado e ainda o uso de brincos. O agora presidente do clube tomou decisão idêntica, quando era seleccionador da Argentina, o que obrigou a alguns internacionais a irem ao cabeleireiro para poderem representar o país entre 1994 e 1998, como por exemplo Gabriel Batistuta.
Ao que parece, porém, a decisão não coube a Passarella, mas sim a Juan José López, coordenador das camadas jovens do clube. O antigo futebolista explicou a «sugestão». «É um pensamento meu. Os jogadores do River Plate têm de estar apresentáveis», começou por dizer.
Depois, JJ López foi mais específico. Não quer brincos por «uma questão de segurança», argumentando que agora se usam não só nas orelhas, mas também noutras partes do corpo. O responsável sublinha ainda que tais objectos são já proibidos em campo.
Já o cabelo é outra história: «Não gosto que esteja abaixo dos ombros e a frente tem de estar livre, porque senão tapa a visão. Um jogador não se pode distrair nem um segundo e o River exige que se seja profissional desde miúdo.»
Ironia das ironias, Juan José López usava cabelo comprido.
O coordenador do River Plate diz ainda que «não exige nada a ninguém» e que é apenas uma «sugestão», embora «o tema tenha sido debatido com os pais». Como escreve o «Olé», Passarella não terá tido a iniciativa, mas avalia o cabelo curto. É por isso que o mesmo jornal faz manchete com «Eduardo Mãos de Tesoura», a mítica personagem de Tim Burton, interpretada por Johnny Depp.