Rogério Gonçalves, treinador da Naval, analisa a derrota frente ao Nacional (2-1), em jogo da 13ª jornada da Liga que se arrastou de domingo até terça-feira, por causa do nevoeiro:

«Estamos a falar de três ou quatro dias para um jogo não é? A Liga tem de reflectir muito bem sobre estas situações, porque uma equipa que sai no sábado e só na terça-feira é que termina o jogo, com as limitações que tivemos, não é correcto. Gostei da primeira parte de segunda-feira, pois a equipa esteve bem. No segundo período, após 55 minutos de espera, só tínhamos dois jogos de equipamentos, pois estamos na Madeira e não tínhamos mais roupa seca. Os jogadores estavam gelados. Mas a equipa portou-se bem e teve uma boa resposta, fez mais uns bons 10 minutos. Depois, do meio do nevoeiro saiu um penalty e em acto contínuo o jogo foi interrompido porque não se via. Se calhar 30 segundos antes via-se e depois deixou-se de ver. Hoje, o campo estava muito pesado. Fomos infelizes, pois previa-se que se alguém conseguisse marcar, face às condições do relvado, poderia vencer, pois a bola não circulava e não se podia jogar. Se calhar assistimos apenas a cinco minutos de jogo».

[sobre os três dias de duração do jogo] «Imaginem o que é isto e se volta a acontecer mais vezes. Em paragens prolongadas, o Nacional tinha sempre roupa seca para vestir e nós não».

[Está revoltado contra o árbitro?] «Vocês se calhar não viram. Mas quem estava junto ao relvado vê claramente que não é grande penalidade. Não estou a falar de uma possível penalidade a nosso favor. Por norma não falo dos árbitros e nunca fui penalizado. Mas situações destas tenho de me revoltar, foi por demais evidente que não foi falta».

[A Liga tem de tomar medidas nestas situações?] «A Liga tem de pensar sobre isto. O regulamento tem de ser alterado. Imaginem com o Inverno haver mais equipas a passar pelo que nós passámos aqui. Felizmente que não temos jogo no próximo fim-de-semana. Se pudermos embarcar daqui a pouco, só chegamos lá para duas ou três horas da manhã a casa. E estamos a falar já numa quarta-feira».