Titularíssimo no Inter de Milão, vinculado ao FC Porto até junho de 2015, candidato a um lugar nos 23 convocados de Paulo Bento para o Campeonato do Mundo. Eis Rolando, em Grande Entrevista ao Maisfutebol no início de 2014 e num momento particularmente feliz de uma carreira longa e já frutuosa.

Aos 28 anos, Rolando tem no palmarés quatro Ligas portuguesas, quatro Supertaças, três Taças de Portugal e uma Liga Europa, além de 18 internacionalizações por Portugal.

Passou de pedra basilar a dispensável no FC Porto, durante o reinado de Vítor Pereira. Deixou de ser opção, entrou num braço de ferro com a SAD azul e branca e saiu pela primeira vez para Itália em janeiro de 2012.

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No Nápoles, a experiência só chegou a fazer realmente sentido nas últimas jornadas da Serie A. No Inter, por outra, é um dos homens da maior confiança do treinador Walter Mazzarri.

Inteligente, de palavra fácil e sorriso constante, Rolando fala sobre os altos e baixos de um percurso riquíssimo. Nesta parte da conversa com o nosso jornal, sobressai a mágoa do adeus (ou até já?) ao FC Porto e a promessa de que em Portugal só jogará nos dragões ou no Belenenses.

Qual foi a sua melhor época no FC Porto?
«Ganhámos tudo no ano de Villas-Boas [2010/11] e joguei quase todos os jogos. Foi uma época diferente, marcante. A escolher uma, escolho essa».

Passou de capitão a dispensável na segunda época de Vítor Pereira. O que se passou?
«Deixei de jogar por questões extra-futebol. Nunca faltei ao respeito ao FC Porto, nem a ninguém no clube. Mesmo quando fui posto de lado continuei a trabalhar da mesma forma e a motivar os meus colegas. Sou portista de coração e lamento que a relação com algumas pessoas tenha sido estragada».



Tentou forçar a saída contra a vontade dos responsáveis?
«No futebol as coisas mudam depressa. Tive muitas oportunidades para sair do FC Porto, muitas. Quando chegou o momento certo, no meu entender, as pessoas responsáveis pediram-me para ficar mais um ano. Fiquei. Um ano depois sabia que tinha de sair. Tudo se complicou. Trabalhava com o grupo mas não fazia parte desse grupo. Não guardo mágoa, já passou. Continuo a jogar e a fazer o que gosto. O FC Porto está sempre no meu coração».

Tem contrato até 2015. Vai voltar a vestir a camisola do FC Porto?
«Nunca na vida fecharia a porta ao FC Porto. É o clube que mais me diz. Os meus filhos nasceram na cidade do Porto. A minha casa em Portugal é no Porto. Sou fã e adepto número um. Em Portugal, tirando o FC Porto, só jogaria no Belenenses».

Foi colega de Mangala, Otamendi e Maicon. Fale-me um pouco de cada um dos centrais do FC Porto.
«Todos eles já ganharam muito no clube e podem ser titulares. Qualquer um. Joguei com o Maicon quatro anos, vivíamos na mesma rua e a relação é fantástica. É um central de excelente nível. O Otamendi chegou um pouco depois e é um brincalhão. Está sempre na palhaçada, mas é um grande profissional. O Mangala, curiosamente, é com quem falo mais hoje em dia. Quando chegou ao Porto, eu era dos poucos que falava francês e ajudei-o muito. A ele e ao Steven Defour. Trocamos mensagens e falamos regularmente sobre o FC Porto».

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