José Mourinho foi apresentado esta quinta-feira como novo treinador da Roma. Ao lado de Tiago Pinto, o técnico português surgiu muito bem-disposto diante dos jornalistas.

Primeiro, fingiu ir embora logo após a primeira declaração. Depois, teve tempo até para se levantar e ir arranjar um painel ruidoso que perturbava o bom funcionamento do evento.

Em relação às palavras, o Special One começou por dirigir-se aos adeptos: «Primeiro do que tudo, quero agradecer aos adeptos. A reação que tiveram à minha contratação foi sensacional. Senti-me logo em dívida.»

Apesar de estar na capital italiana, Mourinho garante, obviamente, foco no trabalho, ele que está de regresso a Itália, depois de ter orientado o Inter de Milão de 2008 a 2010.

A cronologia da conferência de imprensa de José Mourinho.

«Não venho para aqui de férias. Esta cidade requer muita responsabilidade. Por todo o mundo confunde-se o clube com a cidade. Estou aqui para trabalhar, não para vir fazer férias ou turismo.»

«O que mudou em mim desde 2010? Sou melhor pessoa e melhor treinador. Se os anos não nos fazem melhores pessoas e profissionais, alguma coisa está errada. Mais maturidade, mas o ADN não muda. Em muitas coisas sou quem sou, no positivo e no negativo. Mas basicamente sou o mesmo», prosseguiu.

Questionado sobre a questão do capitão, se será Dzeko ou Pellegrini, o treinador luso não quis abrir o jogo – «Lamento, mas se calhar serei o antipático que não vai discutir assuntos internos com os jornalistas», afirmou –, e referiu que, em condições normais, não vai conseguir devolver já o clube aos títulos.

«Se será uma época boa sem títulos? Vou falar sempre de títulos. Podia prometer isso, seria fácil, mas não é essa realidade. Falam de títulos, mas nós falamos de projeto, de tempo, de melhorar. Para os donos da Roma, a ideia não é termos sucesso isolado. Querem chegar ao sucesso e ficar lá», revelou.

Mourinho defendeu-se ainda das críticas que recebeu pelos seus últimos trabalhos, nomeadamente no Tottenham e no Manchester United: «Sou uma vítima na forma como as pessoas olham para mim. Ganhei três títulos no Man United e dizem que foi um desastre. No Tottenham impediram-me de jogar uma final e dizem que foi um desastre. O que para mim é um desastre, para os outros é fantástico.»

A terminar, José Mourinho brincou ainda com o facto de reencontra Cristiano Ronaldo, agora como adversário, já que o avançado representa a Juventus.

«Ronaldo não tem de preocupar-se comigo porque não jogo a defesa-central. Se jogasse, claro que o derrubava, mas não tenho qualidade para isso», atirou, bem-disposto.

Tiago Pinto promete construir uma equipa «digna de Mourinho»

Ao lado de José Mourinho estava Tiago Pinto, o português que é diretor-desportivo dos giallorossi e que não escondeu a satisfação pela chegada do compatriota. 

«É o primeiro passo para uma mudança de mentalidade», afirmou, para depois acrescentar mais à frente: «Teremos uma equipa digna de Mourinho.»