Co-proprietária do Newcastle, Amanda Staveley afirmou que Roman Abramovich, dono do Chelsea, foi «tratado de forma injusta» uma vez que teve de colocar à venda o clube, após a invasão da Ucrânia pela Rússia e consequentes sanções do mundo ocidental.

A responsável pelo clube do norte de Inglaterra falou na Financial Times Business of Football Summit e, perante a plateia, disse: «Vamos sempre terquestões geopolíticas. Este mundo nunca deixará de ter problemas, e eu sei que é muito difícil e estou muito triste pelo facto de alguém [Roman Abramovich] lhe ver ser retirado um clube de futebol [Chelsea] por causa de um relacionamento que possa ter com alguém [o presidente da Rússia, Vladimir Putin]. Não acho que seja particularmente justo, para ser honesta», disse Staveley.

A compra do Newcastle também não foi pacífica, pois envolveu dinheiro da Arábia Saudita, o que levantou uma série de dúvidas sobre quem estava mesmo por trás da compra e um reparo do treinador do Liverpool, Jurgen Klopp.

Por isso, Amanda Staveley considera: «Também acho que temos de responsabilizar todos os nossos relacionamentos. E acho que também temos de lembrar com a Arábia Saudita é um país incrivelmente grande e importante e que eu amo. Eu amo os sauditas. São uma população jovem e vibrante e eu vi a Arábia Saudita mudar muito.»

A proprietária do Newcastle disse depois que não ia falar nessa condição, ou seja, de dona, mas sim por aquilo que sentia. «Esses são os meus pensamentos, porque realmente conheci muitas pessoas e estou entusiasmada por...preferia que todos estivéssemos excitados com o futebol em vez de estarmos envolvidos numa guerra», comentou.

De acordo com a Sky, os comentários de Amanda Staveley não causaram «qualquer surpresa» à Amnistia Internacional, que se mostra preocupada pelo registos sauditas em relação a direitos humanos, como já fizera antes.

«Como sempre dissemos, nesta era em que existe uma agenda global de lavagem desportiva e do horror que está a acontecer na Ucrânia, a Premier League tem uma responsabilidade moral clara e imediata de mudar as regras de propriedade, fortalecer os testes a proprietários e diretores e pôr fim ao facto de o futebol inglês de alto nível ser usado como veículo de relações públicas para os cúmplices de graves violações dos direitos humanos», disse o porta voz da Amnistia Internacional, Felix Jakens.