Presente na conferência de imprensa de antevisão do Real Madrid-Juventus desta quarta-feira, Cristiano Ronaldo foi confrontado com declarações recentes de José Mourinho, que falou em ódio espanhol aos portugueses.

«Os insultos começaram comigo. Não os vejo como racismo. As pessoas gritavam para me afetar, para que não jogasse bem. Não podemos ficar perturbados com o que dizem os outros. Sinto-me muito bem aqui, com o carinho das pessoas de Madrid e também das pessoas de fora, embora menos. Não sinto racismo nem nada. Gosto muito de Espanha, das pessoas. Estou muito contente», disse o internacional português.

Cristiano Ronaldo saiu também em defesa de Gareth Bale, contratado esta época. «Teve dificuldades desde que chegou, não fez pré-época e esteve lesionado. Se falas com ele percebes que está muito entusiasmado, mas é preciso deixá-lo, não pressionar. É um rapaz estupendo, que quer sempre aprender. É muito pressionado pelo que custou, mas isso não é bom para. Devemos ajudá-lo e não pressioná-lo. Seria o melhor. Deixá-lo tranquilo, pois estou cem por cento seguro que vai ser muito bom para a nossa equipa», disse Ronaldo, defendendo que é compatível com o galês.

Questionado se Bale tinha copiado a sua forma de cobrar livres, Ronaldo respondeu negativamente: «Não me parece. Se me pedir conselhos é certo que os dou, mas ele tem o seu estilo e eu o meu. É um rapaz muito humilde, que vejo tranquilo, a querer aprender, mas não o vejo a copiar-me.»

Confrontado com a preferência de Zidane por Ribery, no que diz respeito à atribuição da Bola de Ouro, Ronaldo garantiu respeitar a escolha do treinador adjunto do Real Madrid. «Sempre respeitei as opiniões. Trabalho para melhorar, para o meu clube. Estive sempre a um nível muito alto nos últimos seis anos. Não estou obcecado com os prémios individuais. Decidem as pessoas, os treinadores. Se os conquistar, fico feliz. Se não os conquistar continuo a trabalhar para o meu clube», respondeu.

O capitão da Seleção Nacional comentou ainda a recente declaração de Luciano Moggi, antigo dirigente da Juventus, que garantiu que a equipa italiana chegou a ter um acordo com o Sporting para uma troca Ronaldo-Salas. «Estive perto de todos. Podem dizer o que quiserem, mas aos 18 anos assinei pelo United. Foi bom ser pretendido por grandes clubes nessa altura, mas o que mais me motivou, pela história, pelo treinador, e pelas garantias que me davam para crescer enquanto jogador e pessoa, foi o Manchester», respondeu.

Sem querer explicar o pedido de desculpas após o golo marcado ao Málaga, Cristiano Ronaldo também deixou para depois uma análise ao duelo entre Portugal e Suécia, no «playoff» de apuramento para o Mundial2014.