Feliz mas com a ambição intacta, tendo novas conquistas no horizonte. Foi assim que Cristiano Ronaldo se apresentou na cerimónia de entrega da Bola de Ouro da France Football, um momento que definiu como «um primeiro passo» numa caminhada que, espera, o possa levar «mais longe».
O internacional português começou por pedir desculpas pelo atraso à chegada, justificando-se com o «nevoeiro no aeroporto». Depois, rasgando o sorriso ao tomar contacto com a Bola de Ouro («É pesada, mas espectacular») dirigiu-se a todos os que tomaram parte na eleição: «Obrigado a todos pelos votos. Estou muito feliz. Como todos sabem este era um sonho de criança. Sempre quis ganhar um dia este troféu por isso estou comovido e feliz», afirmou, antes de deixar algumas dedicatórias: «à minha família, aos meus amigos mais próximos, ao meu agente [Jorge Mendes]... até se torna difícil, tinha aqui uma lista de todos aqueles a quem queria agradecer.»
A cerimónia ficou marcada por muitos depoimentos, de viva voz ou em vídeo, de jogadores, técnicos e outras figuras importantes no universo do futebol. Algo que não deixou indiferente o jogador português: «Fiquei emocionado por ouvir as homenagens da minha família e de todos os profissionais, que admiro. Agradeço-lhes, e aos meus colegas de equipa, se não fosse a sua ajuda não teria conseguido ganhar», lembrou.
Sobre as consequências do novo estatuto, a estrela do Manchester United admitiu que as maiores dificuldades começam agora: «É sempre especial conseguir um atestado de excelência como este. Mas o mais difícil será continuar a este nível. Espero consegui-lo, porque sou uma pessoa ambiciosa e tenho mentalidade lutadora. Quero prosseguir o meu caminho, como o fizeram os melhores jogadores antes de mim: continuando a aprender, individual e colectivamente. Vejo esta Bola de Ouro como um primeiro passo numa caminhada que poderá levar-me ainda mais longe», resumiu, garantindo que a fome de conquistas está mais forte do que nunca: «Esta recompensa deixa-me feliz, como concretização de um trabalho de muitos anos, mas sei que preciso de continuar a conquistar troféus, tanto individuais como colectivos».
Cristiano Ronaldo aproveitou também a ocasião para esclarecer algumas afirmações que podem ter sido interpretadas como arrogantes. Mal-entendidos, explicou, prestando homenagem aos outros candidatos ao prémio: «Nunca disse que era o melhor do Mundo. Disse sempre que me sentia bem colocado para ganhar este prémio, mas sempre com muito respeito pelos outros jogadores. Esta distinção não trata de dizer quem é o melhor, mas sim quem chega a esta eleição numa posição vantajosa e nesse sentido tinha muitas esperanças de o conseguir. Mas todos os outros nomeados tinham hipóteses e têm valor suficiente para ganhar o prémio», frisou.
Goleada no Brasil? «Era a brincar...»
O internacional português tentou ainda fazer tábua rasa do muito que se falou sobre a sua insatisfação no Manchester United e o prolongado namoro de Verão com o Real Madrid: «Não é importante falar de outro clube nesta altura. Estou contente no Manchester United e é aí que vou continuar. Estou há cinco anos num clube onde me sinto em casa e onde ganhei os maiores títulos. Não foi fácil, mas não me arrependo de nada do que fiz para chegar a este troféu».
No meio de um dia festivo, Ronaldo aproveitou para desvalorizar outros momentos negativos da temporada, como a recente goleada (6-2) sofrida pela Selecção no Brasil: «Foi um jogo amigável, era a brincar», afirmou, em resposta a uma pergunta de uma jornalista brasileira.