De emprestado pelo FC Porto ao Grêmio a aposta de Dunga para a renovação brasileira: foi este, em apenas dois anos, o destino de Souza, médio-defensivo de 25 anos, agora no São Paulo.
Souza, que integrou o plantel portista nas épocas 2010/11 e 2011/12, chegou pela primeira vez à seleção principal brasileira na convocatória para os jogos com a Argentina (Superclássico das Américas, realizado em Pequim, na China) e com o Japão, em Singapura, na próxima terça, depois de já ter disputado a final do mundial de sub-20, em 2009, no Egito (derrota do Brasil para o Gana, 3-4, nas grandes penalidades, após empate 0-0 nos 120).
Frente à Argentina,
o Brasil ganhou com «bis» de Tardelli e Souza ficou no banco. Mas o médio ex-portista poderá ser chamado a jogar na partida de terça, com o Japão.
A oportunidade de Souza surgiu na sequência da lesão de Ramires.
Quando soube da convocatória de Dunga, o agora jogador do São Paulo teve reação… cautelosa, por receio de que notícia tão boa não fosse verdadeira.
«Só acredito vendo (risos). Ainda estou meio surpreso com tudo isso, mas muito feliz. É o sonho de qualquer atleta chegar lá (na Seleção), e comigo não é diferente», afirmou o médio, em entrevista ao site oficial do São Paulo. «Tinha acabado de levar o meu filho (o pequeno Nicolas) ao dentista, quando um funcionário do clube me ligou e contou. Não estou acreditando até agora (risos)», completou.
No dia da convocatória de Dunga, Souza não teve dúvidas em atribuir às oportunidades que tem tido no São Paulo a explicação principal para a inesperada convocação: «Só posso agradecer pela oportunidade, porque sempre busquei isso. Também agradeço ao São Paulo, porque eu sabia que se fizesse uma grande temporada aqui meu sonho de defender o Brasil poderia se tornar mais próximo.»
Showza!
Mas terá sido surpresa assim tão grande, esta chamada de Dunga, colocando Souza nas opções do escrete para o meio-campo?
Jessica Corais, especialista em futebol brasileiro, jornalista sediada no Rio que conhece o percurso de Souza desde os tempos em que o médio atuava nas categorias de base do Vasco da Gama, comenta, em declarações ao «Mundo Brasil» da Maisfutebol Total: «O Souza sempre foi um jogador que chamou a atenção, desde o início da sua carreira no Vasco. Sempre foi um jogador extremamente versátil, técnico e de extrema categoria sendo apelidado pela torcida de showza».
Recuos e avanços
Souza integrou o plantel do FC Porto nas temporadas de 2010/11 e 2011/12. Acabaria por ser cedido ao Grêmio de Porto Alegre, que depois o contratou em definitivo e, em janeiro passado, o cedeu ao São Paulo.
A oportunidade de Souza surgiu na sequência da lesão de Ramires.
Quando soube da convocatória de Dunga, o agora jogador do São Paulo teve reação… cautelosa, por receio de que notícia tão boa não fosse verdadeira.
«Só acredito vendo (risos). Ainda estou meio surpreso com tudo isso, mas muito feliz. É o sonho de qualquer atleta chegar lá (na Seleção), e comigo não é diferente», afirmou o médio, em entrevista ao site oficial do São Paulo. «Tinha acabado de levar o meu filho (o pequeno Nicolas) ao dentista, quando um funcionário do clube me ligou e contou. Não estou acreditando até agora (risos)», completou.
No dia da convocatória de Dunga, Souza não teve dúvidas em atribuir às oportunidades que tem tido no São Paulo a explicação principal para a inesperada convocação: «Só posso agradecer pela oportunidade, porque sempre busquei isso. Também agradeço ao São Paulo, porque eu sabia que se fizesse uma grande temporada aqui meu sonho de defender o Brasil poderia se tornar mais próximo.»
Showza!
Mas terá sido surpresa assim tão grande, esta chamada de Dunga, colocando Souza nas opções do escrete para o meio-campo?
Jessica Corais, especialista em futebol brasileiro, jornalista sediada no Rio que conhece o percurso de Souza desde os tempos em que o médio atuava nas categorias de base do Vasco da Gama, comenta, em declarações ao «Mundo Brasil» da Maisfutebol Total: «O Souza sempre foi um jogador que chamou a atenção, desde o início da sua carreira no Vasco. Sempre foi um jogador extremamente versátil, técnico e de extrema categoria sendo apelidado pela torcida de showza».
Recuos e avanços
Souza integrou o plantel do FC Porto nas temporadas de 2010/11 e 2011/12. Acabaria por ser cedido ao Grêmio de Porto Alegre, que depois o contratou em definitivo e, em janeiro passado, o cedeu ao São Paulo.
A mudança para o Morumbi não foi bem um empréstimo ao São Paulo: foi mais uma troca. Souza foi do Grêmio ao tricolor paulista, Rhodolfo, central de 27 anos, fez percurso inverso.
O que terá faltado para vingar no Dragão
Miguel Lourenço Pereira, especialista em futebol internacional, autor dos livros «Sonhos Dourados – 20 Mundiais 20 Histórias» e «Noites Europeias», observa, em declaração ao «Mundo Brasil» da Maisfutebol Total: «Souza sempre pareceu prometer muito desde que apareceu nas camadas jovens do futebol brasileiro, mas de certa forma ficou a sensação que lhe custava dar o salto. Os últimos dois anos têm invertido de certo modo a tendência, mas também é preciso ter em consciência que o grau de exigência baixou ao voltar para o Brasil, o que lhe permite ter um maior protagonismo. O «pressing» a que os volantes estão sujeitos na Europa -- e onde se notaram as maiores debilidades do futebolista -- raramente é praticado no Brasileirão.»
Em idêntica linha de pensamento, Álvaro Costa, comunicador e conhecido adepto do FC Porto, comenta ao «Mundo Brasil» da Maisfutebol Total: «Para os jogadores brasileiros, a questão por vezes é cultural e não desportiva. Alterações de vida, inadaptação, falta de feijão preto ou rodízio mineiro… Os sul-americanos nem sempre se adaptam a uma cultura mais fechada. Estão habituados a regimes mais livres. Há quem se adapte bem melhor. Olho para o Herrera, por exemplo, e pergunto-me: será que ele precisa de «mariachis» e «corridos» e música mexicana?»
O lançamento no Vasco
Souza surgiu na equipa principal do Vasco da Gama em 2008, depois de alguns anos nas formações jovens do «cruzmaltino», mas realizou apenas 14 partidas, devido a grave lesão sofrida num pé.
O contratempo apareceu em altura em que o médio tinha papel tão importante na equipa vascaína que houve, na altura, quem atribuísse parte das responsabilidades da descida à Série B à ausência de Souza na equipa principal.
Mas no ano seguinte, em 2009, voltou a afirmar-se na equipa principal do Vasco e também na seleção de sub-20 do Brasil. Jogou o mundial no Egito, que a canarinha só não venceu pelo desaire nas grandes penalidades frente ao Gana. Souza foi titular em toda a campanha no mundial do Egipto.
Os anos no Dragão
Souza foi contratado pelo FC Porto no verão de 2010, depois das boas indicações dadas no Vasco da Gama e na seleção de sub-20 do Brasil.
A 18 de junho de 2010, quando do ingresso na casa portista (transferência de cerca de 3,5 milhões de euros), o Maisfutebol publicou este trabalho sobre Souza.
Foi uma presença intermitente no dragão: Souza mostrou qualidade, foi utilizado nas principais competições, mas nunca atingiu o estatuto de «titular».
Foram oito presenças na Liga Europa, na primeira edição da prova, ganha pelo FC Porto, mas sem ter participado na final de Dublin, com o Sp. Braga.
Mesmo assim, brilhou com um golaço ao Genk, no arranque dessa campanha.
No campeonato, participou em 12 jogos (o primeiro deles foi na jornada inaugural, estreia com a camisola portista), na Taça de Portugal duas vezes.
Momentos de Souza no FC Porto
O regresso ao Brasil
Souza viria a ser cedido, em fevereiro de 2012, do FC Porto ao Grêmio, até ao fim da época 11/12. Quase um ano depois, em janeiro de 2013, e depois de um processo longo de negociações, o Grêmio adquiriu metade dos direitos de Souza aos dragões.
Em maio de 2013, a SAD do FC Porto confirmava «a alienação dos direitos de inscrição desportiva e 50% dos direitos económicos de Souza», no Relatório e Contas do terceiro trimestre de 12/13.
Miguel Lourenço Pereira nota: «O FC Porto tem um grave problema com o acumular de percentagens de jogadores que já não estão nos quadros por oposição a contar com muito poucos casos de totalidades de passes de jogadores do plantel. É entendível que o clube procurasse vender a totalidade do passe de Souza para baixar esse peso, mas de todos os jogadores que estão nessa condição, o nível de qualidade é bastante inferior ao do brasileiro».
Mas devia ter tido Souza mais hipóteses no plantel principal portista? Pergunta de resposta complicada a esta distância temporal.
Miguel Lourenço Pereira contextualiza: «Souza chegou ao FC Porto no apogeu da era Villas-Boas, um meio-campo de talentos como Belluschi, Guarin, Moutinho, Fernando, Cristian Rodriguez e o próprio James. Era muito difícil para qualquer jogador conseguir afirmar-se. Noutra conjuntura - a dos últimos dois anos, por exemplo - a situação poderia ter sido diferente. O brasileiro jogava a outro ritmo, tinha outros conceitos de «pressing» que não encaixavam bem com a ideia de jogo de Villas-Boas e depois de Vítor Pereira, um problema que sabemos que é habitual com muitos interiores brasileiros. No Grêmio e no São Paulo, pelo contrário, encontrou o espaço e o tempo necessário para por em prática todas as suas virtudes, que são bastantes, e isso devolveu-o ao protagonismo que o FC Porto pensava que ele podia ter tido quando o contratou».
Álvaro Costa «sempre acreditou» nas qualidades de Souza: «Achava que era alguém talhado para o futebol europeu». «Mas foi sempre intermitente, talvez vítima da eterna confusão entre o 6 e o 8», aponta o comunicador e comentador.
Como adepto portista, Álvaro Costa afasta um cenário de regresso do agora jogador da seleção brasileira ao Dragão: «Não acredito que possa ser-se feliz onde não se foi».
Um momento marcante nessa «presença intermitente» de Souza no FC Porto? «O golo ao Genk», responde, de imediato, Álvaro Costa, numa alusão ao tento que o médio brasileiro marcou à equipa belga, em partida da Liga Europa, na edição que os azuis e brancos venceram.
«Souza, o guerreiro»
A felicidade no São Paulo
Em vez de ser uma solução de recurso, o empréstimo tem-se revelado uma felicidade para Souza.
A estreia foi com o Ponte Preta, a 9 de fevereiro (derrota 2-1). Começou por ser o «8», que era a camisola de Ganso. Mas acabou por ceder o número com a chegada de Kaká.
Mas o mais importante tem sido o desempenho: aposta de Muricy Ramalho para referência no meio-campo, Souza fez dois golos e grande exibição no triunfo sobre o Botafogo, por 4-2.
Um grande golo de Souza pelo São Paulo
Miguel Lourenço Pereira nota: «O FC Porto tem um grave problema com o acumular de percentagens de jogadores que já não estão nos quadros por oposição a contar com muito poucos casos de totalidades de passes de jogadores do plantel. É entendível que o clube procurasse vender a totalidade do passe de Souza para baixar esse peso, mas de todos os jogadores que estão nessa condição, o nível de qualidade é bastante inferior ao do brasileiro».
Mas devia ter tido Souza mais hipóteses no plantel principal portista? Pergunta de resposta complicada a esta distância temporal.
Miguel Lourenço Pereira contextualiza: «Souza chegou ao FC Porto no apogeu da era Villas-Boas, um meio-campo de talentos como Belluschi, Guarin, Moutinho, Fernando, Cristian Rodriguez e o próprio James. Era muito difícil para qualquer jogador conseguir afirmar-se. Noutra conjuntura - a dos últimos dois anos, por exemplo - a situação poderia ter sido diferente. O brasileiro jogava a outro ritmo, tinha outros conceitos de «pressing» que não encaixavam bem com a ideia de jogo de Villas-Boas e depois de Vítor Pereira, um problema que sabemos que é habitual com muitos interiores brasileiros. No Grêmio e no São Paulo, pelo contrário, encontrou o espaço e o tempo necessário para por em prática todas as suas virtudes, que são bastantes, e isso devolveu-o ao protagonismo que o FC Porto pensava que ele podia ter tido quando o contratou».
Álvaro Costa «sempre acreditou» nas qualidades de Souza: «Achava que era alguém talhado para o futebol europeu». «Mas foi sempre intermitente, talvez vítima da eterna confusão entre o 6 e o 8», aponta o comunicador e comentador.
Como adepto portista, Álvaro Costa afasta um cenário de regresso do agora jogador da seleção brasileira ao Dragão: «Não acredito que possa ser-se feliz onde não se foi».
Um momento marcante nessa «presença intermitente» de Souza no FC Porto? «O golo ao Genk», responde, de imediato, Álvaro Costa, numa alusão ao tento que o médio brasileiro marcou à equipa belga, em partida da Liga Europa, na edição que os azuis e brancos venceram.
«Souza, o guerreiro»
A felicidade no São Paulo
Em vez de ser uma solução de recurso, o empréstimo tem-se revelado uma felicidade para Souza.
A estreia foi com o Ponte Preta, a 9 de fevereiro (derrota 2-1). Começou por ser o «8», que era a camisola de Ganso. Mas acabou por ceder o número com a chegada de Kaká.
Mas o mais importante tem sido o desempenho: aposta de Muricy Ramalho para referência no meio-campo, Souza fez dois golos e grande exibição no triunfo sobre o Botafogo, por 4-2.
Um grande golo de Souza pelo São Paulo
A chegada ao escrete
Para Miguel Lourenço Pereira, a chamada de Souza não foi assim tão surpreendente: «As primeiras convocatórias de um novo selecionador - mesmo alguém que já tenha ocupado o posto como Dunga - estão repletas de fenómenos curiosos. Ora porque se procura mudar um pouco o ar da equipa, provar jogadores novos ou, pura e simplesmente, porque o selecionador já tem na cabeça um grupo sólido e quer aproveitar este tipo de amigáveis para testar alternativas. As últimas convocatórias de Dunga têm ido nesse sentido (Kaká de regresso é um exemplo) e os Superclássicos com a Argentina são habitualmente um espaço preferencial para os selecionadores optarem por jogadores em destaque no Brasileirão, pelo que a chamada de Souza é coerente.»
Jessica Corais também não ficou surpreendida por ver Souza na convocatória de Dunga: «Pelas atuações que fez no Grêmio e São Paulo não pode ser considerada uma surpresa, até mesmo pela filosofia que o Dunga está tentando implantar na Seleção que é a de renovação. Com isso, Souza é um dos melhores volantes do futebol brasileiro, tem apenas 25 anos e se encaixa muito bem nesta fase de renovação do Brasil», explica a jornalista carioca.
Souza, um craque com fé
Como um vinho que melhora com a idade
Jessica Corais vai mais longa nos elogios ao percurso futebolístico de Souza: «Uma coisa que chama muito a atenção no Souza, além de sua versatilidade, é que pode ser comparado com um vinho, que melhora a medida em que vai ficando mais velho. Souza sempre foi um bom jogador no Vasco, porém melhorou muito no Grêmio e ainda mais no São Paulo, tornando-se titular absoluto e com um espírito de liderança excelente para um jovem de 25 anos.»
B.I.
Josef de SOUZA Dias
Posição:
Médio/Médio-defensivo
Idade: 25 anos
Data de nascimento: 11 de fevereiro de 1989
Naturalidade: Rio de Janeiro
Altura: 1,88 metros
Peso: 80 quilos
Percurso como jogador: Vasco da Gama (2006-2010), FC Porto (2010-2012), Grêmio (2012-14), São Paulo (2014)
Títulos conquistados: Liga Europa 2011 (pelo FC Porto), dois títulos em Portugal (2011 e 2012, pelo FC Porto), Taça de Portugal 2011 (pelo FC Porto), duas Supertaças Cândido de Oliveira (2010 e 2011, pelo FC Porto), Série B do Campeonato Brasileiro (2009, pelo Vasco)
Marcas individuais: craque do Brasileirão (2012), melhor avançado do Brasileirão (2011),
Idade: 25 anos
Data de nascimento: 11 de fevereiro de 1989
Naturalidade: Rio de Janeiro
Altura: 1,88 metros
Peso: 80 quilos
Percurso como jogador: Vasco da Gama (2006-2010), FC Porto (2010-2012), Grêmio (2012-14), São Paulo (2014)
Títulos conquistados: Liga Europa 2011 (pelo FC Porto), dois títulos em Portugal (2011 e 2012, pelo FC Porto), Taça de Portugal 2011 (pelo FC Porto), duas Supertaças Cândido de Oliveira (2010 e 2011, pelo FC Porto), Série B do Campeonato Brasileiro (2009, pelo Vasco)
Marcas individuais: craque do Brasileirão (2012), melhor avançado do Brasileirão (2011),
«Mundo Brasil» é uma rubrica que conta histórias das experiências de jogadores e treinadores brasileiros que atuam ou já atuaram em campeonatos espalhados pelo globo