O treinador do V. Guimarães, Rui Vitória, em declarações após o triunfo (4-1) com o Nacional, em jogo em atraso da 2ª jornada da Liga 2011/12:

«Todos queríamos uma estreia a ganhar, é natural. Quero dizer que esta vitória não é por magia, pois há todo um trabalho para trás do professor Manuel Machado que tem de ser realçado. Quero dedicar este triunfo aos meus colaboradores directos que me ajudaram muito na preparação do jogo e por vezes só se olha para o treinador principal e por isso nunca é demais destacar quem nos ajuda muito a ganhar. E por último, quero realçar os jogadores que foram inexcedíveis no que nós lhes pedimos. Tiveram uma atitude competitiva muito grande e eu fiquei fascinado a vê-los transportar para dentro de campo o que foram as nossas ideias. Em relação ao jogo, acho que foi uma vitória justa. Era fundamental ter a noção que poderíamos sofrer golos e sermos fortes em termos defensivos. Os jogadores perceberam isso e assentámos a nossa estratégia em ser rigorosos defensivamente e sendo disciplinados do ponto de vista táctico. Depois, aproveitando a velocidade dos nossos jogadores e saídas rápidas fizemos golos e ainda falhámos alguns. Isto é o princípio, é a base, um início de um caminho para podermos trabalhar. Se não tivermos esta atitude e forma de estar dificilmente poderemos ter sucesso. Depois a qualidade dos jogadores é importante mas não resolve tudo. Digo hoje que foram fantásticos na interpretação das nossas ideias, como foram fantásticos durante a semana».

«Golo do Nacional assustou? Há momentos que se tornam mais complicados. Um golo naquela altura colocou o jogo em aberto. Mas eu acreditava que poderíamos marcar. Teríamos de ser eficazes, pois as situações surgiam, mas também é natural que alguma intranquilidade se tenha apoderado da equipa pois ainda faltavam muitos minutos para o jogo acabar. Os jogadores tiveram sempre uma grande disciplina e aproveitaram para fazer depois o resultado».

«Que mudou? Não acredito muito nestas mudanças. Não sou mágico. Há um trabalho, às vezes uma mensagem diferente, pode haver alguma diferença. Há muito caminho pela frente. Em cinco dias pudemos fazer pouca coisa. Mas há a convicção de que há qualidade, que é possível mudar, a confiança que nós também transmitimos pode ter ajudado qualquer coisa para este resultado. Mas isto não resolve tudo, pois a partir daqui é que a nossa vida começa. Há um caminho muito longo pela frente e temos de ter a consciência que podemos ter sucesso, mas ninguém o alcança sem sofrimento, seja em que modalidade for.»

«Jogo de raiva dos jogadores? Acho que não. Quando perdemos o controlo emocional dificilmente poderemos ter sucesso. É fundamental saber o que temos de fazer. A palavra raiva nunca entra, todos nós sentimos a dimensão do Vitória, mas o caminho para o sucesso não passa pela raiva, pois perderíamos a lucidez. Ainda não jogamos o que queremos mas não podemos perder a lucidez. Foi a tranquilidade e determinação que nos levou ao triunfo. Não precisamos que nos digam que o Vitória tem uma dimensão muito grande».