«Esta história do João Capela comigo tem muitos anos» 


Não é habitual vermos Rui Vitória, o competente e geralmente sereno treinador do V. Guimarães, a perder as estribeiras, muito menos a atirar-se ao árbitros para justificar insucessos. 

Mas foi isso que se passou a seguir à derrota (um pouco inesperada) do V. Guimarães no Bessa, 3-1, depois de estar a vencer 0-1. 

A forma como o Boavista deu a volta foi tão polémica que os responsáveis do V. Guimarães já anunciaram que pretendem ver João Capela afastado dos restantes jogos do clube vimaranense, até ao fim da época. 

No final do encontro, Rui Vitória gesticulou, apontou o dedo ao árbitro. Não foi modesto nem discreto na exteriorização dos protestos.

« Disse-lhe que não presta como árbitro», comentou no final o técnico vimaranense. Para depois contextualizar: «O único pecado foi algum descontrolo da nossa parte, que teremos de controlar. É inevitável falar de arbitragem, claro. Não se pode vir conduzir um jogo a tentar que primeiro se salve a sua pele. Há um vício nos árbitros portugueses, que querem é ter boas notas. Não podem ter medo de conduzir a partida. Veio com medo de um Boavista-Vitória, tinha de segurar o jogo e fez o que assistimos. Hoje isto passou os limites. Em jeito de curiosidade, temos aqui uma pessoa no Vitória, que é o Neno, que é dos melhores seres humanos que conheço. Para ele se descontrolar, algo de grave se passou.» 

Rui Vitória garantiu que o desentendimento com João Capela não começou no jogo do Bessa: «Esta história do João Capela comigo tem muitos anos. Começou num Benfica-Sporting em juniores. Vão ver ao longo do tempo como foram os meus jogos com o João Capela, as expulsões que houve. Não tenho nada contra ele. Dirigi-me de uma forma exaltada no final, disse-lhe que ele não prestava como árbitro e não o cumprimentava mais».

Os vimaranenses contestam o suposto «exagero» de três expulsões (Sami, Plange e Bernard). No lance do 3-1, José Manuel terá dominado com o braço antes de se pôr em posição de rematar para o golo.