Nove jogos oficiais, duas vitórias, duas derrotas e cinco empates. É este o saldo do início de temporada do Sporting, com Sá Pinto no comando. Nove encontros que têm na Liga Europa pólos opostos de entusiasmo e desânimo, com a goleada sobre os frágeis dinamarqueses do Horsens (5-0) a contrastar com o inacreditável desaire sofrido na Hungria.
É precisamente a derrota com o Videoton que, como todas as últimas imagens, acentua a ideia de indefinição em redor das escolhas de Sá Pinto para a equipa. Na verdade, nesse jogo o técnico fez seis alterações em relação ao onze anterior, promovendo ainda as adaptações de Gelson a lateral direito e de Viola a referência solitária na frente. Mexidas a mais, com péssimos resultados.
A comparação com F.C. Porto, Benfica e Sp. Braga
Até aí, o Sporting não se destacava em especial dos outros históricos do futebol português, nem no número de jogadores utilizados, nem nas alterações táticas.
Montando a equipa em 4x3x3 (sete vezes) ou em 4x1x3x2 (duas) Sá Pinto recorreu a 22 jogadores para os nove jogos orientados nesta época, dando a 20 deles o estatuto de titulares, numa ou em mais ocasiões. Apenas dois, Rui Patrício e Marcos Rojo, foram totalistas. Cédric e Van Wolfswinkel só perderam essa condição diante do Videoton.
Por comparação com os outros históricos, os números não são excessivos. Vítor Pereira, no F.C. Porto, utilizou 19 jogadores em sete jogos oficiais, dando a titularidade a 15. Jorge Jesus, em oito partidas pelo Benfica, recorreu a 20 jogadores e todos eles foram titulares, pelo menos uma vez. Finalmente, no Sp. Braga, José Peseiro orientou também nove jogos, e contou com mais um jogador: 23 utilizados e 21 titulares.
Basileia, ponto de viragem
Já no que diz respeito às opções táticas, Sá Pinto começou a época com uma ideia clara: equipa em 4x3x3, com dois alas no apoio a Van Wolfswinkel, Adrien como maestro, à frente de Gelson e Elias. Com alterações pontuais (Schaars por Gelson, Pranjic por Insúa ou Jeffrén por Capel) a fórmula manteve-se constante nos primeiros cinco encontros, sendo Adrien o sacrificado a partir do momento em que Izmailov ficou apto.
Nesses primeiros jogos, o técnico fazia, no máximo, duas mexidas no onze de um jogo para outro. Mas, a partir do empate com o Basileia (sexto jogo da época), e em especial com as primeiras páginas dos dias seguintes, a fragilizarem a sua situação em Alvalade, Sá Pinto sentiu necessidade de um figurino maus ousado. Diante do Gil Vicente estreou Rinaudo e Viola, recuperou Insúa e, mais relevante ainda, mudou a equipa para um 4x1x3x2, que os últimos minutos transformaram num desesperado 3x1x6.
O filme teve repetição integral no empate com o Estoril, que acabou de minar a confiança e a identidade da equipa. A tentação de poupar alguns jogadores, face à proximidade do jogo com o F.C. Porto, terá contribuído para mudar tudo de forma ainda mais radical antes do jogo com o Videoton, com o regresso ao 4x3x3, mas com jogadores pouco rotinados para os papéis. As fragilidades da equipa, em especial nas bolas paradas e nas transições rápidas do adversário, tornaram-se demasiado gritantes. E tudo acabou em Szekesfehervar.
Os utilizados por Sá Pinto
Rui Patrício 9 jt (810 m)
Rojo 9 jt (810 m)
Van Wolfswinkel 9 j 8t/1s (780 m)
Cédric 8 jt (720 m)
Carrillo 8 7t/1s (604 m)
Capel 8 j 6t/2s (561 m)
Gelson 6 jt (481 m)
Insúa 5 jt (450 m)
Elias 6 jt (442 m)
Boulahrouz 5 jt (431 m)
Izmailov 5 jt (402 m)
Pranjic 5 jt (399 m)
Adrien 6 j 5t/1s (329 m)
André Martins 8 j 1t/7s (293 m)
Viola 4 j 3t/1s (271 m)
Xandão 4 jt (263 m)
Jeffrén 6 j 2t/4s (226 m)
Rinaudo 3 jt (210 m)
Labyad 6 j 1t/5s (202 m)
Schaars 2 j t/s (103 m)
Carriço 3 js (57 m)
Betinho 1 j (16 m)