O Sporting está a ter dificuldades em gerir as vantagens conquistadas durante os jogos. Ricardo Sá Pinto reconhece, em conferência de imprensa de apresentação do encontro de sexta-feira, frente ao U. Leiria, que o Boavista foi superior na segunda parte no Bessa, mas que o mesmo já não aconteceu com o Gil Vicente.
«O Gil Vicente não deu a volta por ter sido superior. Foram duas jogadas de bola parada... Já no Bessa, o Boavista foi superior na segunda parte. Houve agressividade a mais em muitos lances, apesar de não ter existido maldade, que em conjunto com a nossa falta de inspiração por termos sofrido um golo prematuro, não nos deixou sair nos últimos 50 metros. Num campo difícil, isso ajudou a que não conseguíssemos impor o nosso futebol. Os nossos avançados não conseguiram segurar a bola, porque estavam muito pressionados... Depois da primeira parte, não sentimos de maneira nenhuma que o Boavista pudesse empatar», lamenta.
O avançado garante que ninguém na equipa tem medo de ter a bola e fala em pormenores que podem mudar o rumo de um encontro: «Depois do trabalho durante a semana, no campo são os jogadores que têm de decidir. E os pormenores decidem um jogo, como os golos que não se marcam. Sofremos um golo aos 30 segundos [da segunda parte] e a situação é capaz de deixar um jogador intranquilo. Mas ninguém se esconde. Todos os jogadores do Sporting têm capacidade de assumir o jogo. Errar faz parte do futebol. Há jogos que correm bem, outros que não. Esta fase também tem a ver com isso. Estamos a correr demasiado, com muita ansiedade, e as coisas podem não terminar como queremos. O que precisamos é de uma vitória. Não sinto em nenhum companheiro falta de confiança. Quando estamos moralizados, as coisas saem bastante melhor. Não estamos tecnicamente ao melhor nível, a jogar à Sporting... Mas a vontade e o empenho mantêm-se. Acredito que vamos a curto prazo dar a volta à situação.»
Os golos sofridos têm sido todos bastante parecidos. Sá Pinto revela que a equipa trabalha muito as bolas paradas, mas que tem sido infeliz. «Já marcámos na área à zona e agora marcamos homem a homem, e continuamos a sofrer golos. Há muitos jogos em que o Sporting é bastante superior ao adversário e este vai duas vezes à nossa área e falha. E se tivesse marcado? O Sporting deixava de ser superior e não conseguia o seu objectivo. Trabalhamos tudo nos treinos: cantos, livres directos e indirectos. Mas nos jogos não temos sido felizes», conclui.