Ricardo Sá Pinto não acredita em «excesso de confiança» da sua equipa na abordagem ao jogo com o Metalist Kharkiv. Depois do brilharete frente ao Manchester City, o adversário ucraniano aconselha prudência até porque, para o treinador do Sporting, «não tem pontos fracos».

«Fez o trajeto que fez, chegou aos quartos de final sendo quase sempre superior, é forte em todos os setores e momentos de jogo. É um adversário difícil e que temos de respeitar ao máximo», afirmou Sá Pinto, nesta quarta-feira, na antevisão do encontro.

«Conhecemos bem o Metalist. Tem qualidade e fez uma fase de grupos exemplar. Eliminou o primeiro classificado da Grécia, uma equipa fortíssima, o Olympiacos, estando a perder os dois jogos. A nossa forma de abordar esta partida será com a mesma seriedade, rigor e vontade de ganhar», sustentou.

O técnico leonino recusou, por isso, qualquer tipo de favoritismo na eliminatória. «Em alta competição, do meu ponto de vista, não existem fatores-casa nem favoritos. Tudo pode acontecer, não há favoritismos», defendeu, sem levantar a ponta do véu sobre como vai abordar o jogo taticamente: «Não vou falar da minha estrutura nem dos jogadores que vão jogar. Queremos que os nossos adeptos se revejam e orgulhem da nossa equipa e que, independentemente da estrutura, a nossa missão seja fazer um grande jogo e conseguir uma grande vitória, que é o nosso objetivo.»

«Sabemos por que ganhamos e por que não ganhamos»

Apesar dos percalços registados fora, em Alvalade o Sporting de Sá Pinto contabiliza seis vitórias em seis jogos e zero golos sofridos. Um pleno que não assenta em segredos, garantiu o treinador. «É impossível dominar o jogo em todos os seus momentos e minutos, mas tentamos não deixar o adversário pensar que pode fazer um golo ou criar uma oportunidade, independentemente do seu valor. A este nível não podemos cometer qualquer tipo de erros para não ter dissabores. A receita, como tal, é sempre a mesma em todas as competições: tentar jogar com a maior qualidade possível, respeitar o adversário e estar equilibrado e concentrado durante a partida.»

Ao contrário do que sucede no campeonato, o trajeto do leão na Liga Europa tem sido alcançado de forma coerente, mas Sá Pinto também neste plano não acredita em motivações diferentes. «A jogar de três em três dias não podemos entrar em euforias ou estados de tristeza longa, temos de ser racionais, saber o que queremos. Sabemos por que ganhamos e por que não ganhamos e isso é importante numa equipa em termos de motivação. Os jogadores têm de estar sempre motivados, seja na Liga Europa ou noutra competição», defendeu.

Sá Pinto prometeu também um Sporting «na máxima força» frente ao Metalist, depois da «gestão feita» diante do Feirense.

Questionado, ainda, sobre a influência de Jeffrén e Rinaudo no grupo, o técnico elogiou ambos mas não esqueceu os demais. «Estou contente com a evolução do Jeffrén, queremos solidificar a sua presença na equipa, é uma mais valia para nós, assim como o Rinaudo, mas tenho 27 grandes profissionais que me preenchem na plenitude como treinador, portanto espero que todos estejam sempre disponíveis.»

Por comentar ficou a ameaça dos árbitros ao campeonato, concretamente na jornada do derby.

O Sporting recebe o Metalist nesta quinta-feira, às 20h05, na primeira mão dos quartos de final da Liga Europa. O reencontro está marcado para 5 de Abril, em Kharkiv.