A SAD do Benfica encerrou a época 2019/20 com um resultado líquido de 41,7 milhões de euros, uma melhoria de 48,7 por cento face ao período homólogo anterior.

Segundo informa o Benfica no Relatório e Contas revelado esta quarta-feira, trata-se da sétima época consecutiva na qual a sociedade encarnada termina com lucro.

Os rendimentos totais foram de 294,4 milhões de euros, o valor mais elevado de sempre da SAD e que corresponde a um crescimento de 20,5 por cento. Para isso em muito contribuíram as receitas decorrentes de transações de jogadores: 145,2 milhões de euros, montante fortemente alavancado pela venda de João Félix ao Atlético Madrid.

Ainda de acordo com o R%C, o ativo cresceu 0,7 por cento e o passivo registou uma diminuição de 38,7 milhões de euros (10,6 por cento) durante o último exercício anual, para 325,9 milhões de euros, valor mais baixo desde 2011.

O valor da dívida líquida da Benfica SAD caiu pela primeira vez para valores abaixo dos 100 milhões de euros: a 30 de junho de 2020 era de 92,8 milhões de euros

O capital próprio da SAD também registo um valor recorde: 161,1 milhões de euros, uma variação positiva de 41,9 milhões de euros face à época anterior.

Num texto dirigido aos acionistas, Luís Filipe Vieira assumiu que, não obstante os resultados económicos favoráveis, o sentimento foi de «frustração». «Frustração, porque fizemos uma primeira volta que nos dava quase todas as garantias de sucesso no final do campeonato. Frustração, porque o nosso sonho europeu esbarrou num adversário que considerávamos acessível. Frustração também, porque os nossos jovens foram, pela terceira vez, finalistas vencidos da Youth League. Mas frustração também porque não podémos terminar as competições nos escalões mais jovens. Frustração ainda porque parámos a esmagadora maioria das nossas atividades durante mais de três meses. E, finalmente, frustração porque deixámos de ter os nossos adeptos a apoiar a equipa, facto que claramente influenciou o desfecho deste campeonato», pode ler-se.

O dirigente assumiu que as contas positivas foram fortemente alavancadas pela venda de João Félix ao Atlético Madrid por valores nunca vistos anteriormente no futebol português e deixou um lamento. «Por muito que gostássemos de reter os nossos melhores jogadores, sobretudo aqueles oriundos da nossa formação, a dimensão económica do mercado português ainda não permite que a Benfica SAD consiga desenvolver o seu modelo de negócio, nomeadamente quando temos de competir economicamente com os maiores clubes das principais Ligas europeias.»

(artigo atualizado)