O Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol está no centro da investigação policial conhecida esta terça-feira e baptizada como o nome de «Operação Apito Dourado», no âmbito da qual houve já 16 detenções. Pinto de Sousa, presidente do CA, está entre os detidos, numa lista que integra ainda o vice-presidente António Henriques e três vogais, nomeadamente Francisco Costa, Luís Nunes e Carlos Silva, num total de cinco indiciados entre os sete elementos que compõem o organismo.
O CA é o responsável pelas nomeações dos jogos de todas as competições não profissionais, incluindo a II Divisão B, que será a competição em causa neste processo, sendo o Gondomar Sport Clube, líder da Zona Norte, o principal «protagonista».
A investigação está a ser conduzida através do tribunal de Gondomar. Entre os detidos está Valentim Loureiro, que é presidente da Liga de clubes mas também líder da Câmara Municipal de Gondomar. O presidente do clube, igualmente vice-presidente da autarquia, também foi detido, bem como outro membro da edilidade de Gondomar. Além disso, a Polícia Judiciária visitou esta terça-feira também a sede do Sp. Braga, cuja equipa B esteve envolvida em Fevereiro numa derrota polémica com o Gondomar.
Como funciona o CA da FPF
São sete os membros que integram o CA da Federação. Entre eles há três responsáveis pelo pelouro das nomeações, que são Pinto de Sousa, Francisco Costa e Azevedo Duarte. Este último esteve nas instalações da PJ do Porto esta tarde, mas apenas, ao que disse, para reaver documentos após uma busca no seu domicilio.
António Henriques e Luís Nunes, que é por sinal irmão de Henrique Nunes, treinador do Gondomar, são por sua vez responsáveis pelo pelouro dos observadores de árbitros. Carlos Silva e Carlos Esteves são os dois vogais que completam o elenco do CA, sendo que apenas o último não esteve de algum modo ligado à investigação desta terça-feira.
Carlos Esteves esteve ao longo do dia na sede da FPF, onde devia decorrer a reunião semanal do CA, mas não pôde entrar na sala do Conselho, porque estava ocupada pela Polícia Judiciária.
Ao que o Maisfutebol apurou, as nomeações são elaboradas previamente pelos responsáveis e a cada terça-feira são submetidas ao plenário, normalmente para serem ratificadas. As alterações são raras, tal como as substituições de árbitros após as nomeações, que só acontecem por impedimento de um juiz, ficando sempre registadas em acta.