Tudo o que se passa, passa à volta de San Marino. Tudo o que há à volta é Itália. Tudo em redor é cultura, história renascentista e um futebol brilhante. Aqui, a modalidade também se chama «calcio», mas não tem a mesma expressão artística. Nem sequer grande importância. Aqui, tudo é sereníssimo, fazendo jus ao nome da mais antiga república do mundo. É isso, pelo menos, o que alegam os naturais de San Marino.

O terceiro estado mais pequeno da Europa, e a segunda república mais pequena do mundo desde a independência de Nauru, orgulha-se de ter a mais antiga constituição da História, datada de 1600. Mais longe está a data de independência, a mesma da fundação: 3 de Setembro de 301, ano de separação do Império Romano.

San Marino manteve-se quase sempre independente, até pela sua morfologia, incrustado que está no Monte Titano, património da UNESCO. O pequeno estado resistiu a Napoleão, que lhe respeitou o estatuto, mas não a César Bórgia, no século XVI, nem à invasão germânica, na II Grande Guerra. Obviamente, a política da república tem como guia a italiana, por isso, no período Mussolini, também San Marino adoptou o fascismo. Assim que a independência foi recuperada, socialistas e comunistas assumiram o poder do estado.

A Sereníssima República não faz parte da União Europeia. No entanto, tem como moeda o Euro. As moedas têm, inclusive, faces próprias de San Marino. A maior actividade é, obviamente, o Turismo, embora a banca tenha algum peso; menor, mas não menos curiosa é a filatelia. Os selos do estado circulam apenas na república e, por isso, são uma fonte de rendimento.

O futebol é que não o é certamente, mesmo que em redor se dispute uma das Ligas mais ricas do planeta e tudo à volta seja um país Campeão do Mundo. No que toca a futebol, o comentador escocês da BBC em 1991, Ian Archer, resumiu tudo: «Estamos com 61 minutos aqui em Serravalle e ocorreu-me agora mesmo que a Escócia está empatada a zero com uma montanha.»

Mais conhecido é o Grande Prémio de San Marino, aquele em que Ayrton Senna perdeu a vida, no 1º de Maio de 1994. Porém, remetemo-nos para o início do texto: tudo o que se passa, passa-se à volta de San Marino: o Grande Prémio não é excepção. Desenrola-se em Imola, já em Itália, apesar de ter o nome do pequeno estado.

DADOS OFICIAIS DO PAÍS:

Número de habitantes: 30.000

Área total: 61,2 km2

Língua oficial: Italiano

Capital: Cidade de São Marino

Moeda: Euro

Demografia: são-marinhenses e italianos

Economia: alicerçada no turismo

Rendimento per capita: pouco mais de 28 mil euros por ano (2007)

Desportos principais: futebol, voleibol e basqutebol

COMO CHEGAR A SAN MARINO:

San Marino não tem aeroporto. O mais próximo é em Rimini, cidade italiana. Porém, não há voos directos de Portugal para Rimini, pelo que terá de escolher outro destino. Bolonha é a solução mais próxima. O resto da viagem pode ser feito de carro, comboio ou autocarro. Uma vez que San Marino fica no continente europeu, pode sempre aventurar-se e percorrer meia Europa em transportes terrestres e chegar àquela república.

Custo da viagem: muito variável, uma vez que pode utilizar voos low-cost

Duração da viagem: cerca de três horas (até um aeroporto italiano)