Declarações de Daniel Ramos na conferência de imprensa, após a derrota do Santa Clara frente ao FC Porto (2-1), em jogo da 25.ª jornada da Liga:

«Temos um sentimento de tristeza por perder assim no último minuto dos descontos. É muito duro. Mas tenho orgulho por aquilo que fizemos no jogo. Discutimos o jogo cara a cara. Viemos para ganhar, não para defender o zero a zero. Não levamos nada em termos práticos, mas trabalhámos para isto e aproveitámos o momento para demonstrar a valia do grupo de trabalho, a nossa qualidade de treino e de jogo. Chegar aqui e fazer o jogo que fizemos é digno de registo.»

[O que falta conquistar?] «Temos vindo a fazer história aos bocadinhos. Vencemos em Braga, vencemos em Guimarães para a Taça, conseguimos chegar aos quartos-de-final da Taça pela primeira vez. Estivemos muito próximos de pontuar em Alvalade e aqui hoje. Não é por acaso que os nossos jogadores estão a ser cobiçados e valorizados. Não estamos satisfeitos. Queremos mais. Queremos elevar essa qualidade ao máximo. Temos vindo a jogar muito bem. Somos das melhores equipas a jogar, independentemente do adversário. Para este jogo não tínhamos Fábio Cardoso, Allano, durante a semana perdi Rúben Oliveira e Anderson Carvalho. Três deles são titulares. Apesar de levarmos estas pauladas duras, como hoje, temos a sensação que estamos no caminho certo.»

[Perdeu no fim no Dragão, tal como em Alvalade] «Isso passa pelo lado mental, pela matreirice. Em Alvalade tivemos um lance em que um jogador isolado falha o golo e a seguir sofremos. Hoje, aos 94m tivemos um canto a nosso favor que em condições normais tocávamos curto e controlávamos a bola ali. Nós marcámos direto, quisemos vencer o jogo. Não jogámos com o tempo e fomos penalizados. Por outro lado, queremos crescer e pensámos: "Porque não vencer o jogo?" Podia ter entrado o passe em Alvalade e nós vencíamos. Podia ter entrado este canto e vencíamos.»

[É o melhor período da história do Santa Clara?] «O Santa Clara representa uma região, nove ilhas, 250 mil pessoas. Há muito orgulho no que vai sendo produzido por nós. Somos humildes, trabalhadores, pessoas de bem. Somos uma equipa que vive muito o lado familiar, que convive muito tempo para além do tempo de treino, que sabe estar e comportar-se. Transmitimos essa energia boa. Equipa está a ser recompensada. É uma equipa que trabalha bem, joga bem, não queima tempo de jogo, procura atacar, não se limita só a defender. Não vejo isto em muitos lados.»