Sara Moreira, que se sagrou este domingo campeã europeia dos 3000 metros em pista coberta, revelou à RTP e Antena 1 que só percebeu que tinha ganho quando cortou a meta.

«Só no final, quando acabei em primeiro. Até aí, não sabia como ia a corrida, acreditava que estava muito bem, que estava muito forte e com energias para andar mais, se fosse preciso, mas não sabia atrás como é que vinha. Só quando terminei em primeiro é que percebi que tinha sido a mais forte, a melhor», disse a atleta do Maratona.

Vice-campeã na distância em 2009, em Turim, Sara Moreira disse ter seguido estratégia idêntica à de sábado, quando venceu a sua série das meias-finais, nas quais registou mesmo o melhor tempo.

«A minha estratégia era mais ou menos aquilo que fiz ontem (sábado). Se a prova fosse inicialmente muito lenta, como foi, a faltar sensivelmente sete voltas, passar eu para a frente da corrida, impor um ritmo mais forte, de forma a desgastar a maior parte das adversárias, e depois chegar às ultimas três ou duas voltas e sprintar aquilo que conseguisse para ganhar», frisou.

A atleta portuguesa adiantou que tal não foi necessário, «porque a etíope fez isso a faltar oito voltas», o que permitiu a Sara Moreira desgastar-se menos. «Fui atrás dela até quatro voltas do fim. Como me sentia muito bem, decidi arriscar e impor o meu ritmo, por acreditar que podia ganhar e foi o que fiz. Sei que impus um rimo muito forte, não sei quanto é que fiz no último quilómetro, mas sei que fui muito forte e ainda bem que consegui ganhar, que era o objetivo», disse.

Apesar desta medalha de ouro, Sara Moreira acredita que ainda não atingiu o seu ponto alto. «Espero ainda atingir o meu ponto alto. Tenho 27 anos e uma carreira ainda pela frente. O Mundial é diferente, por isso, tenho os pés assentes na terra. Sei que é muito difícil, mas o meu sonho é alcançar um resultado entre os oito primeiros, seria excelente», concluiu.