O cenário de uma suspensão temporal para Luiz Felipe Scolari que afaste o seleccionador nacional do banco durante dois meses é dos mais plausíveis nesta altura, segundo admite fonte próxima do processo ao Maisfutebol. Ficaria em aberto saber se o treinador ainda vai poder orientar a equipa em algum dos jogos que faltam a Portugal na campanha do Euro-2008.
Portugal, recorde-se, volta a jogar a 13 de Outubro no Azerbaijão e quatro dias depois no Cazaquistão. Os últimos dois jogos são a 17 de Novembro, frente à Arménia, e a 21 de Novembro, frente à Finlândia. A decisão da Comissão Disciplinar da UEFA está marcada para 18 de Setembro, a próxima quarta-feira.
A UEFA instaurou um processo disciplinar ao seleccionador nacional e também ao sérvio Ivica Dragutinovic, que Scolari agrediu no final do jogo no Estádio de Alvalade. Ambos enfrentam uma acusação de conduta imprópria. Na análise do caso, o relatório do árbitro é muito importante e o facto de Markus Merk ter dado cartão vermelho a Dragutinovic no final do jogo foi um primeiro sinal positivo para Scolari. O árbitro, ao que o Maisfutebol apurou, terá mesmo referido no relatório que o seleccionador reagiu a um gesto do jogador, o que vai de encontro à versão do seleccionador. Scolari queixa-se de um «tapa» no braço dado por Dragutinovic antes de ter alvejado o jogador com um murro.
Este dado pode compreensivelmente servir de atenuante, numa decisão que irá ser ponderada em função de vários factores. O Regulamento Disciplinar da UEFA assume que os julgadores ponderam situações atenuantes e agravantes antes de tomar qualquer decisão. De qualquer modo, o gesto de Scolari é evidente e foi notório, com repercussão em todo o Mundo, pelo que o seleccionador não deverá escapar a um castigo efectivo.
A Federação Portuguesa de Futebol tem de apresentar até terça-feira um relatório sobre o sucedido em Alvalade. Gilberto Madaíl diz que vai fornecer todos os dados para que seja atingida uma «decisão justa». A exposição da Federação deverá passar por admitir que foi um gesto errado e irreflectido, mas falar também em várias atenuantes, que poderão ir da questão da resposta a uma provocação ao passado e currículo do treinador.