O que começou fácil e parecia estar a deixar o jogo sem ritmo mudou por completo para a última hora do encontro, em que se esteve sempre com a incerteza no resultado e com a emoção ressuscitada depois de um início que parecia ter destinado a partida a um sentido único e, depois, monótono.

Por partes, então. Os primeiros dez minutos foram calmos, sem remates à baliza. Com o Chile a assumir a sua condição de favorito e a mostrar que era mais forte garantindo a posse de bola. Mas tudo corria nas calmas. Até que os sul-americanos deram um safanão no jogo. Dois safanões, melhor dizendo.

Em três minutos. Sempre com Alexis Sánchez nos acontecimentos. Arturo Vidal ainda não está em forma e foi a estrela do Barcelona a dar o mote atacante aos sul-americanos, também bem conduzidos por Valdivia. Alexis marcou o primeiro e trabalhou o segundo para Valdivia corresponder com um grande remate.

Tudo parecia estar decidido. Dos 12 aos 14 minutos, o Chile colocou-se com dois gpolos de vantagem e as diferenças pareciam ter ficado definitivamente traçadas e a lançar um jogo a diminuir de ritmo e de interesse. Até que Cahill ganhou a Medel o primeiro de vários lances no ar que conseguiu.

A Austrália reduziu a desvantagem pouco depois da meia hora e o jogo voltou novamente a abrir pouco depois da meia hora. A equipa de Ange Postecoglou ganhou nova alma. Uma alta que passou pelo intervalo e que durou atá ao fim.

Chile-Austrália, 3-1

O avançado de 35 anos dos Socceroos foi sempre uma dor de cabeça para a defesa chilena, mas acabou por ter alguma falta de pontaria. Quando os australianos acertavam na baliza, com os cruzamentos e as arrancadas de Leckie e Bresciano em destaque, Bravo esteve sempre à altura e o guarda-redes chileno acabou por ser um dos melhores em campo.

A Austrália podia ter feito o 2-2, o Chile também podia ter conseguido o golo do descanso mais cedo – Wilkinson cortou uma bola em cima da linha de golo dando (agora, sim) razão à FIFA para mostrar na transmissão a nova tecnologia que retira dúvidas. Mas, entretanto, o jogo dividido de resultado ainda incerto acabou por aumentar a emoção e mostrar o esforço a que estes australianos estiveram dispostos.

Ganhou o espetáculo. O Chile Andou nervoso e seguramente a agitação de Jorge Sampaoli no banco não vai ficar sem lição para o jogo contra a Espanha. O descanso só chegou já em tempo de compensação, com dois suplentes a fazerem a conclusão a dois tempos.