Lenda do Paris Saint-Germain, Pedro Pauleta é até aos dias de hoje o segundo melhor marcador de sempre da Seleção Nacional, só atrás de Cristiano Ronaldo, e à frente de nomes como Eusébio e Luís Figo.

Em entrevista da Geração de Ouro, da TVI, o atual diretor das seleções jovens da Federação Portuguesa de Futebol, defendeu que Ronaldo não devia fazer parte desta lista e mostrou-se honrado por estar no meio de nomes que fizeram história no futebol português.

«Felizmente temos um jogador que não devia contar para essas contas, como na altura o Eusébio não devia. O Cristiano é um jogador fora do normal, bate todos os recordes que existem no mundo, portanto era perfeitamente normal que batesse o meu recorde e não devia contar, eu devia ser primeiro», afirmou, em tom de brincadeira.

«Estou ali no meio se calhar dos três melhores jogadores da história do futebol português, Ronaldo, Eusébio e Figo. Curiosamente foram os três jogadores que ganharam Bolas de Ouro, são fenomenais. Às vezes pergunto o que faço ali no meio deles, mas pronto, foi à custa do meu trabalho, do que desenvolvi aqui na seleção. Fui sempre um goleador, e pelo menos pelos golos, mereço estar ali perto deles», prosseguiu.

Depois, Pauleta recordou a final do Euro 2004 perdida para a Grécia e explicou a honra que foi representar a equipa das quinas: «Nunca nos passou pela cabeça que pudéssemos perder, nem a nós nem a nenhum português. Recordo-me que fizemos um jogo treino para a inauguração do estádio em Aveiro em que empatamos 1-1, eu fiz o golo. E depois perdemos na abertura do Europeu. Estávamos avisados, mas não nos passava pela cabeça não conseguirmos.»

«Cada treino, cada jogo e cada golo que fiz pela Seleção foram sempre festejados e trabalhados da mesma forma até ao último dia, porque é um orgulho representar Portugal. O meu pai foi representar o país na guerra para a Guiné, eu tive a felicidade de representar Portugal a fazer aquilo que mais gosto», continuou.

Com uma longa experiência em França, no Bordéus e no PSG, Pauleta contou ainda como se vingou do antigo companheiro Christophe Dugarry quando Portugal conquistou o Europeu de 2016: «Tenho uma história a propósito do Euro 2016. Quando cheguei a França, fui para o Bordéus e jogava com o Dugarry, que é uma pessoa espetacular. Mas a nível de treino não queria nada com aquilo. E eu apertava com ele. Ele respondia-me: ‘Pedro, sou campeão da Europa e do Mundo. E Portugal?’ Então, quando ganhámos, disse-lhe: Campeão da Europa.»