No início da «era Paulo Bento» a Seleção chegou a ter o meio-campo dos três M's, mas na primeira convocatória de Fernando Santos só houve lugar para Moutinho. Meireles e Miguel Veloso ficaram de fora, mas o jogador do Mónaco, que resistiu às mudanças, também não sente que tem lugar cativo.

«Ninguém tem o lugar seguro. Temos de trabalhar nos nossos clubes para ter oportunidades. É isso que eu faço, e depois cabe ao mister a tarefa difícil de decidir quem está em melhores condições. Estou cá, quero dar o meu contributo», disse o médio.

Desta vez João Moutinho contou com a companhia de Ricardo Carvalho na viagem, já que o central foi recuperado por Fernando Santos para a equipa das quinas. «O Ricardo estava tranquilo todos os dias. Fazia o seu trabalho no clube, da melhor forma, e o mister decidiu que seria este o momento para o chamar. Tenho a certeza que está contente por estar aqui e dar o seu contributo, pois todos os jogadores querem estar na Seleção, dar o máximo pelo país», contou o médio ex-Sporting e FC Porto.

Moutinho, que também esteve algum tempo afastado da Seleção, quando Carlos Queiroz era o selecionador, acrescentou ainda que «é sempre especial regressar, pois é onde todos querem estar». «E muitos gostariam de aqui estar», lembrou.

O jogador do Mónaco espera que as alterações na Seleção sejam uma vantagem, e destaca a importância da (re)integração de jogadores com muita experiência. «É importante peça forma como acolhem os jovens, embora estes já tenham experiência nos clubes. A mistura é boa. Espero que possa dar frutos», afirmou, referindo-se a «jogadores de extrema qualidade».

Fernando Santos assumiu agora o cargo de selecionador e tem poucos dias para preparar os jogos com França e Dinamarca, nos quais nem sequer se pode sentar no banco, mas Moutinho entende que esse é um problema para deixar de lado: «É a semana que temos. Não podemos ter mais. Era bom poder trabalhar mais dias, mas tem de ser suficiente. Temos que ouvir o que o mister quer. Agarrar tudo o mais depressa possível para chegar aos jogos na máxima força. O jogo com a França pode servir para testar outras coisas, mas o que verdadeiramente vai importar é a Dinamarca. É um adversário difícil, que nos tem criado muitos problemas, mas temos de mostrar em campo que podemos e queremos.»