Setenta e seis dias passaram-se desde a estreia de António Silva pela equipa principal do Benfica.

Em poucos meses, a vida desportiva do jovem de 19 anos mudou radicalmente. Num dia estava a jogar na formação e nas equipas B e sub-23 das águias; no outro, a ser titular a lado do peso-pesado Nicolás Otamendi no eixo defensivo do Benfica, a defrontar nomes como Lionel Messi, Kylian Mbappé e Neymar nas Liga dos Campeões.

Fernando Santos viu-lhe competência nesses jogos e chamou por ele no dia em que anunciou os convocados para o Mundial do Qatar.

Mas como é que António Silva lida com tudo o que lhe tem acontecido nos últimos meses? Como é que mantém os pés assentes no chão e combate o natural deslumbramento de quem sobe às nuvens naquilo que no futebol pode definir-se como tempo recorde?

«Acho que é algo que é muito meu. Sempre fui educado assim pela minha família. Sou um rapaz muito humilde e tento que muita coisa me passe ao lado, embora haja coisas que me chegam aos ouvidos, porque é impossível não chegarem. Mas vem da educação dos meus pais: sempre fui educado assim e vou continuar sempre assim», garantiu em declarações aos jornalistas.

«Claramente que, olhando para trás, não estava mesmo à espera de estar aqui hoje, mas muita coisa mudou na minha vida nos últimos meses e estou a tentar aproveitar ao máximo. Ninguém me vai dar nada, vou tentar trabalhar ao máximo todos os dias e o futuro dirá o que vai ser a minha carreira desportiva», acrescentou.

António Silva falava na véspera do Portugal-Nigéria, jogo particular que deverá ditar a estreia dele pela Seleção Nacional. «Estando nos 26 eleitos, acabo por ser uma opção. Sei que a Seleção tem jogadores de muita qualidade, mas estou aqui para tentar ajudar. Se jogo ou não, não sei, mas espero ajudar a Seleção da melhor maneira possível. (...) Se estou nervoso ou ansioso pelo Mundial? Estou completamente tranquilo, porque sei que tenho de fazer o que me fez estar aqui, que é ser um jogador com qualidade dentro de campo», referiu o jovem central.