A Seleção Nacional ganhou 10 caras novas em 2014. O número mais alto de estreias em seis anos, ainda que, paradoxalmente, os regressos de veteranos como Ricardo Carvalho, Tiago ou Bosingwa, tenha «envelhecido» a equipa, no que à média de idades diz respeito.


No Mundial 2014, a seleção tinha como referência uma média de idades de 28,5 anos. Frente à Arménia, no último encontro oficial do ano, ela subiu para 28.9.


O número de estreantes foi inflacionado pelo particular entre Portugal e a Argentina, onde Fernando Santos aproveitou para lançar pela primeira vez três jogadores: Tiago Gomes, José Fonte e Adrien. O novo selecionador, que assumiu em outubro, já tinha aberto a porta da seleção a João Mário, Cédric e Raphael Guerreiro. A lista fica completa com os quatro estreantes lançados este ano por Paulo Bento: Ivan Cavaleiro e Rafa antes do Mundial, André Gomes e Ricardo Horta depois, na derrota com a Albânia que acabou por precipitar a sua saída. Destes 10, aquele que parece para já com uma candidatura ao lugar, para mais no cenário de indefinição em torno de Fábio Coentrão, é o jovem Raphael Guerreiro, que se estreou frente à Arménia e ao segundo jogo marcou o golo da vitória frente à Argentina.



No ano anterior Paulo Bento, que lançou no total 24 jogadores em pouco menos de quatro anos na seleção, tinha promovido oito estreias, o maior número de caras novas lançadas pelo selecionador num ano. É preciso recuar até 2009 para encontrar um número mais elevado do que o de 2014. Nesse ano, depois de ter rendido Luiz Felipe Scolari no pós-Euro 2008, Carlos Queiroz lançou 11 novos internacionais: Fábio Coentrão, Eduardo, Beto, Eliseu, Rolando, Liedson, Edinho, Nelson, Gonçalo Brandão, Moreira e Zé Castro.


O atribulado ano de 2014 chegou de resto ao fim em tom positivo, depois de um Mundial cinzento e da mudança de selecionador, que se seguiu àquele que foi um dos resultados mais negativos da história da seleção nacional, a derrota caseira com a Albânia. No fim das contas, Portugal fez 12 jogos este ano, que se saldaram em sete vitórias, dois empates e três derrotas. Se dividirmos as contas por selecionadores, Fernando Santos venceu dois jogos oficiais ( Dinamarca e Arménia), ganhou um particular ( Argentina) e perdeu outro ( França).



Paulo Bento venceu uma de quatro partidas oficiais ( Gana, na despedida do Mundial 2014), perdeu duas ( Alemanha e Albânia) e empatou outra ( EUA), tendo ganho três particulares antes do Mundial do Brasil, frente a Camarões, México e Irlanda, e empatado com a Grécia.

O saldo total é de 64 por cento de vitórias, mas é média é mais baixa se tivermos apenas em conta os jogos oficiais: nesse caso é de 55,5 por cento.


É a média mais baixa desde 2010, outro ano irregular da Seleção Nacional, precisamente a última vez em que houve troca de selecionador. Nessa altura, os 13 jogos do ano saldaram-se em 7 vitórias, 4 empates e duas derrotas, média de 64,1 por cento de rendimento. Mas se contarmos apenas os encontros oficiais, o Mundial 2010 e o arranque da campanha para o Euro 2012, a média baixa substancialmente para 50 por cento, apenas metade dos pontos possíveis ganhos.

O registo da seleção nos últimos 10 anos:


2014: 12 jogos no total, 6 oficiais
Totais: 7 V, 2 E, 3 D; 19 golos marcados, 12 sofridos
Jogos oficiais: 3 V, 1 E, 2 D


2013: 12 jogos, 9 oficiais
Totais: 7 V, 3 E, 2 D; 23 GM-15 GS
Jogos oficiais: 6 V, 3 E


2012: 14 jogos, 9 oficiais
Totais: 6 V, 5 E, 3 D; 17 GM-12 GS
Jogos oficiais: 5 V, 2 E, 2 D


2011: 10 jogos, 6 oficiais
Totais: 6 V, 2 E, 2 D
Jogos oficiais: 4 V, 1 E, 1 D


2010: 13 jogos, 8 oficiais
Totais: 7 V, 4 E, 2 D
Jogos oficiais: 3 V, 3 E, 2 D


2009: 12 jogos, 8 oficiais
Totais: 9 V, 3 E, 0 D
Jogos oficiais: 6 V, 2 E


2008: 13 jogos, 8 oficiais
Totais: 5 V, 2 E, 6 D; 24 GM-20 GS
Jogos oficiais: 3 V, 2 E, 3 D


2007: 12 jogos, 10 oficiais
Totais: 6 V, 6 E, 19 GM-8 GS
Jogos oficiais: 5 V, 5 E


2006: 15 jogos, 11 oficiais
Totais: 9 V, 2 E, 4 D; 27 GM-13 GS
Jogos oficiais: 6 V, 2 E, 3 D


2005: 12 jogos, 7 oficiais
Totais: 8 V, 3 E, 1 D; 24 GM-5 GS
Jogos oficiais: 7 V, 2 E