Bruno Fernandes está convencido que Portugal vai ganhar à Turquia, dentro de uma semana, e, com o apoio dos adeptos, também pode ultrapassar a Itália ou a Macedónia e garantir a presença em mais uma fase final de um Campeonato do Mundo. Em entrevista ao Canal 11, o internacional português do Manchester United falou da desilusão do jogo com a Sérvia e do foco dos jogadores em passar o próximo play-off para garantir a presença no Qatar no final do presente ano.

Portugal esteve muito perto de garantir a qualificação direta, mas deitou tudo a perder no derradeiro jogo com a Sérvia. «Aquele jogo fica marcado pelo facto de não termos conseguido a qualificação direta naquele momento, da maneira que foi, a acabar o jogo. Agora o que interessa é olhar para a frente, para o próximo jogo. Independentemente daquilo que aconteceu, se não vencermos o próximo jogo com a Turquia, dificilmente estaremos no Mundial. O nosso foco, obviamente com dor e mágoa de não estarmos já qualificados e tranquilos, tem de estar nesse jogo. É mais uma oportunidade para podermos estar no Mundial», começou por destacar.

O jogo com a Turquia será, forçosamente, um dos momentos marcantes da temporada. «É sempre um contexto diferente, sabemos o que significa a seleção para nós e o que significaria para nós não estarmos presentes no Mundial. Eu, por exemplo, só estive presente num e gostaria de estar presente em mais um ainda este ano. Sabemos que isso não acontecer será algo marcante, até para aquilo que temos vindo a fazer em termos de seleções. Temos estado sempre presentes em todas as competições», comentou.

Portugal tem de vencer a Turquia, mas a seguir poderá ter um obstáculo mais difícil, tendo em conta que a Itália é a Atual campeã da Europa. «Não é difícil, porque sabemos que se não ganharmos este jogo não teremos sequer a possibilidade de defrontar a Itália ou a Macedónia. Sabemos a responsabilidade que é. A Turquia é uma grande equipa, com grandes talentos, com jogadores que estão a jogar nos grandes campeonatos da Europa e sabemos que nos vão causar dificuldades. Mas se nos focarmos em nós acho que temos uma grande possibilidade de passar a Turquia, depois logo se verá quem encontraremos mais à frente. O nosso foco tem de ser na Turquia, se começarmos a pensar muito à frente pode não correr bem», referiu.

«É mais uma questão mental do que propriamente física ou tática»

Portugal não falha uma fase final desde 1998. «É uma motivação e ao mesmo tempo uma pressão porque sabemos o que é que significa para Portugal. Desde essa altura, Portugal começou a ser mais respeitado, começamos a ser uma seleção em que teve em todas as competições, ganhámos o Europeu, ganhámos a Liga das Nações, estivemos no Mundial 2006 a lutar pelo terceiro e quarto lugar. São coisas que marcam e sabemos se a seleção portuguesa ficar de fora terá um grande impacto, temos noção disso. Seremos a primeira geração que, desde 1998, não conseguiu fazer com que Portugal estivesse num Mundial pela primeira vez», destacou.

Bruno Fernandes joga no Manchester United com mais dois internacionais, Diogo Dalot e Cristiano Ronaldo. «Temos falado com eles e com outros. Estamos preparados, sabemos aquilo que temos de fazer. Daqui a duas semanas, quando chegarmos à seleção, começaremos a preparar isso da melhor maneira. Não temos muito tempo e espaço para preparar, mas o grupo sabe que é mais uma questão mental do que propriamente física ou tática. É juntar as tropas e perceber que está ali um objetivo que é maior do que todos nós. É isso que temos dito uns aos outros, o mais importante é entender que coletivamente temos de fazer o melhor possível», referiu.

Portugal tem muito talento, mas muitas vezes os jogadores não rendem na seleção o mesmo do que nos clubes. «É fácil perceber porque é as que as pessoas pensam isso, olhando para as individualidades que temos, para os talentos que nas suas equipas são as referências, mas se formos a reparar, nas nossas equipas temos maneiras diferentes de jogar, diferentes ideias de jogo, depois tens de tentar conjugar tudo isso numa equipa e encontrar um plano que funcione para todos da mesma maneira», disse.

O excesso de qualidade acaba por ser um problema para Fernando Santos. «Eu quando fui chamado pela primeira vez à seleção, estava muito bem no Sporting. Tinha marcado quatro golos em cinco jogos e não fui chamado, só fui chamado após a lesão de um companheiro. Aí percebi o porquê de muitas vezes não jogar. O talento é muito, a qualidade é muita e a escolha para o mister acaba por ser mais difícil», acrescentou ainda.

A finalizar, Bruno Fernandes deixou clara a sua convicção de que Portugal vai mesmo estar no Mundial do Qatar. «Tenho a certeza que nós vamos lá estar. Não tenho dúvidas de que vamos ganhar à Turquia, depois, venha quem vier, também vamos ganhar, principalmente porque jogamos em casa e tenho a certeza que o nosso povo vai encher o estádio e nos vai ajudar da melhor maneira possível», rematou.