Passagem de testemunho em Erevan, com Portugal a perder o título europeu de Sub-19 para a Espanha que fez valer a maior eficácia para recuperar o título que perseguia desde 2015. Com dois golos de Ferran Torres, um em cada parte, la rojita impediu que Portugal conseguisse um inédito bicampeonato, perdendo, assim, duas das três finais que disputou nos últimos anos. Fica, no entanto, uma excelente prestação deste grupo de jovens comandados por Filipe Ramos que, afinal de contas, fecham esta competição com o melhor ataque, com doze golos, e apenas três golos sofridos, todos marcados pelo novo campeão da Europa, um ainda na fase de grupos e outros dois nesta final.

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Um embate entre duas seleções que já se conheciam muito bem, até porque já se tinham defrontado na fase de grupos, com um diplomático empate 1-1. Não foi por isso de estranhar com os dois conjuntos ibéricos entrassem em campo com muitas cautelas, sem perder o equilíbrio defensivo, dividindo o domínio e o controlo do jogo, mas sem arriscar muito no ataque. Filipe Ramos, como já tinha anunciado, repetiu o onze que goleou a Irlanda, com Portugal a defender com duas linhas para depois desdobrar-se para o habitual 4x3x3 no ataque.

Uma primeira parte com poucas oportunidades, com a Espanha, apesar de tudo, a conseguir maior profundidade, graças às constantes investidas de Bryan Gil pela esquerda, a dar muitas dores de cabeça a Costinha. Portugal respondia, sobretudo, em lances de bola parada, como é exemplo uma cabeçada de Gonçalo Ramos na sequência de um canto da direita.

Um equilíbrio que a Espanha desfez aos 34 minutos na sequência de mais uma arrancada de Bryan Gil pela esquerda, com o jogador do Sevilha a cruzar para o primeiro poste. Diogo Capitão e Vítor Ferreira atrapalham-se no corte e a bola sobrou para Ferran Torres que, na zona de grande penalidade, rematou de primeira sem hipóteses para Biai.

Portugal perdeu o norte, mas apenas por instantes e acabou por reagir bem, subindo as suas linhas e conseguindo pressionar a Espanha até perto do intervalo, com destaque para um livre de laboratório em que Portugal ficou a queixar-se de um corte de Sergio Gomez com o braço.

A verdade é que a primeira parte ficou marcada por intenso equilíbrio e a final continuava em aberto para a segunda parte, mas a verdade é que a Espanha fez questão de elevar a fasquia, voltando a marcar logo a abrir no segundo tempo. Enorme desequilíbrio na ala esquerda do ataque espanhol, com Bryan Gil, sempre em destaque, a lançar o Miranda, lateral do Barça, que cruzou tenso. A bola atravessou toda a área até encontrar Ferran Torres, permitindo que o avançado do Valencia bisasse nesta final.

Ficava tudo mais difícil para a equipa de Filipe Ramos que foi procurando relançar a sua equipa com as sucessivas entradas de Tiago Gouveia, Samuel Costa, Daniel Silva e António Gomes. Félix Correia teve uma boa oportunidade para reduzir a diferença, logo a seguir ao segundo golo espanhol, mas a verdade é que o bloco defensivo da Espanha parecia cada vez mais sólido.

Até ao final, o novo campeão da Europa teve poucos problemas em defender e até podia ter aumentado a vantagem, com destaque para as oportunidades de Abel Ruiz, Bryan Gil e do herói desta partida, Ferran Torres.

FICHA DO JOGO

Estádio da República, em Erevan

Árbitro: Irfan Peljto (Bósnia-Herzegovina)

Assistentes: Valentin Avram (Roménia) e Grega Kordež (Eslovénia)

PORTUGAL: Celton Biai; Costinha, Gonçalo Loureiro, Gonçalo Cardoso e Tomás Tavares; Vítor Ferreira (Samuel Costa, 64m), Diogo Capitão e Fábio Vieira (Daniel Silva, 77m); João Mário (Tiago Gouveia, 58m), Gonçalo Ramos e Félix Correia (António Gomes, 77m).

ESPANHA: Arnau Tenas; Victor Gómez, Eric García, Hugo Guillamón e Juan Miranda; Moha (Víctor Mollejo, 87m), Antonio Blanco e Sergio Gómez (Barrenetxea, 81m); Ferran Torres (Víctor Chust, 90m), Abel Ruiz (Alejandro Márquez, 90m) e Bryan Gil (Orellana, 81m).

Ao intervalo: 0-1.

Marcadores: Ferran Torres (34 e 51m)

Disciplina: Gonçalo Ramos (77m), Tomás Tavares (85m) e Gonçalo Loureiro (90m).

Resultado final: 0-2.