Um dia depois de ter estado na cerimónia da entrega do prémio de melhor treinador da Premier League, Roberto Martínez esteve presente no programa da manhã da talkSport e abordou vários temas da seleção nacional.

O técnico espanhol explicou por que razão decidiu integrar Cristiano Ronaldo na primeira convocatória de Portugal após o Mundial 2022 apesar de o capitão jogar na Arábia Saudita.

«Há sempre muito debate e muitas questões sobre todos os jogadores e as suas carreiras depois de um Mundial. Era impossível para mim tomar decisões num gabinete. As decisões futebolísticas têm de ser tomadas num campo de futebol. Cheguei à seleção portuguesa a 9 de janeiro e tive seis semanas para me encontrar com todos os jogadores que foram convocados para o Qatar. Foi fascinante ver todos os jogadores e a forma como desenvolveram as suas funções nos diferentes balneários das várias ligas. Tive a oportunidade de conhecer a pessoa por trás do jogador de futebol e para mim, foi um momento muito claro», começou por dizer.

«Conheci todos os jogadores e percebes o que significa para eles jogar futebol. Cristiano não estava pronto para se afastar da seleção. Ele queria fazer parte do novo ciclo e a partir daí, foi fácil incluí-lo no estágio de março e só depois tomar uma decisão no campo. Ele marcou quatro golos, foi um verdadeiro líder e é alguém que traz uma experiência que nenhum outro jogador no futebol mundial tem. É alguém que pode chegar às 200 internacionalizações e que precisas de saber utilizar no balneário», acrescentou.

Martínez foi ainda questionado sobre Rafael Leão, jogador a quem deixou vários elogios. «Ele joga com um sorriso e de forma instintiva. Tem muito talento. Não vejo outra equipa com um jovem tão influente. Esta época o AC Milan bateu o Nápoles por causa do Leão. Precisamos de lhe dar outro papel na seleção, é a nossa responsabilidade», referiu. 

O técnico, de 49 anos, desvalorizou possíveis divirgências entre jogadores da seleção que atuam por clubes rivais em diferentes campeonatos e frisou que a seleção de Portugal «tem muitas semelhanças» com a da Bélgica.

«(...) Portugal tem muitas semelhanças com a geração que tínhamos na Bélgica. São países que têm 11 milhões de habitantes. Por isso, há muitas parecenças na forma como os jogadores são educados e a forma como se trabalha na formação também é muito parecida. Há três gerações num balneário em Portugal, o que torna tudo especial», concluiu.