Deco, Pepe, Liédson, Dyego Sousa ou Otávio. Estes foram alguns dos jogadores brasileiros que passaram pelo campeonato português e se naturalizaram para poder jogar na seleção. Ora, a estes nomes poderia juntar-se o de Derlei, que tem dupla nacionalidade e esteve à porta da equipa das Quinas.

«Surgiu a possibilidade de me naturalizar português e até falei com o presidente [da Federação Portuguesa de Futebol] Gilberto Madaíl. O processo estava encaminhado, mas em dezembro de 2003 tive uma lesão no ligamento do joelho e isso complicou. Foi uma oportunidade para o Hélder Postiga, que acabou por ir como terceiro avançado. Acho que eu iria por aí», revelou o antigo atacante, na 5.ª edição do World Scouting Congress, evento realizado numa unidade hoteleira do Porto, que juntou várias figuras do futebol.

Antes disso, porém, Derlei foi contactado para representar o Brasil, mas não gostou da abordagem.

«O meu grande sonho era ser atleta profissional, depois acabei vir para Portugal pelas portas da União de Leiria. Uma vez, recebi uma chamada de alguém no Brasil a dizer que seria convocado para a seleção se assinasse com determinado empresário. Isso aconteceu na semana em que ganhámos a Taça UEFA. Disseram-me que tinha de assinar contrato com determinada empresa. Estava a almoçar com o Deco e com o Jorge Mendes e o Deco disse-me que esta não era forma como eu queria ser convocado. Essa convocatória era para jogar na Taça das Confederações em 2003, muitos jogadores habituais titulares não quiseram ir e estavam de férias», contou.