Eduardo não escondeu ao Maisfutebol, o  desejo de continuar a representar a seleção nacional. O guarda-redes vai começar nesta sexta-feira a jogar a liga croata, mas passou um pouco por outros temas. O Mundial 2014 e um problema que identifica em Portugal: a posição que ele próprio desempenha em Portugal.

Em relação ao que aconteceu no Brasil, Eduardo é da opinião de «quando não corre bem, coloca-se defeitos em tudo». O guardião assinala que «houve muitos fatores» para que as coisas tenham corrida mal: «Lesões, castigos. E aquele primeiro jogo não ter corrido bem. Há coisas que têm de ser analisadas internamente, mas ganhamos e perdemos todos.»

Quanto às condições de trabalho, o internacional português garante: «Tivemos todas as condições no Brasil. Eu não senti falta de nada, para além de que acreditamos no trabalho das pessoas.»

Para Eduardo «uma renovação na seleção acabará por ser um processo natural porque as coisas têm de ser feitas com ponderação e cabeça fria».

A formação tem estado em debate no futebol português. A baliza é um posto específico e no último campeonato houve apenas três portugueses titulares: Rui Patrício (Sporting), Ricardo (Académica) e o próprio Eduardo, no Sp. Braga.

«Há poucos guarda-redes portugueses a jogar na Liga, mas de certeza que anda por aí muito talento escondido», analisou Eduardo.

«Precisamos de evoluir muito. A nível não só de treino, mas de prospeção e, quem sabe, criar até departamentos de acompanhamento específicos. Sabemos que a posição de guarda-redes é a mais difícil quando se erra e, por vezes, criam-se ilusões grandes nos miúdos que acabam por abandonar facilmente devido a isso. Temos de dar mais condições a estes jovens», considerou o guardião do Dínamo Zagreb, numa reflexão em que abordou o problema comum: a pouca aposta no jogador nacional.

Num olhar sobre o que o Mundial 2014 trouxe no que a guarda-redes diz respeito, o titular do Dínamo não se mostrou surpreendido.

Ao Maisfutebol argumentou: «Houve muitos guarda-redes com grandes exibições e a definirem resultados Mas penso que foi uma questão de visibilidade, porque a qualidade já lá estava. É uma questão de avaliação. Por exemplo, o Neuer é uma certeza e o Keylor Navas também esteve ao nível do que fez na liga espanhola. Ochoa também se destacou e o Claudio Bravo que assinou pelo Barcelona é outro exemplo de que a visibilidade é que foi maior, porque a qualidade esteve sempre ao longo da época.»

«A época foi dececionante»

Por fim, umas últimas palavras para a liga nacional e para, claro, o clube do qual saiu, mas o qual não esquece.

«A nossa Liga vai continuar a ser disputada pelos três grandes, espero que o Sp. Braga volte àquilo a que nos habituou e pode ser que haja uma ou outra surpresa, como é costume», analisou.

Questionado sobre o Sp. Braga precisava de uma mudança, Eduardo respirou fundo e atirou: «Não atingimos os objetivos, foi dececionante para nós. Entendeu-se que se devia ter feito uma mudança e desejo que volte para os lugares cimeiros porque é um clube muito ambicioso.»