Vitória tranquila de Portugal sobre a Escócia por 3-1, em Hampden Park, num jogo particular com fraca nota artística, mas com três estreias absolutas, com destaque para Hélder Costa que abriu o marcador, além de Pedro Mendes e Cláudio Ramos que entraram no decorrer da segunda parte. A seleção escocesa, em plena crise de resultados, não foi um adversário muito exigente e a equipa de Fernando Santos acabou por soltar-se mais no segundo tempo, com Éder a regressar aos golos [não marcava desde a final do Euro2016]  e Bruma também a marcar um golo de belo efeito. Um jogo bem diferente do recente embate com a Polónia mas, tal como em Chorzow, com os três jogadores da frente ligados aos três golos da Seleção Nacional.

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Em relação ao jogo com a Polónia, apenas Rúben Dias manteve a titularidade. Fernando Santos, como já tinha dado a entender na antevisão do jogo, deu oportunidade aos jogadores menos utilizados, incluindo Hélder Costa, estreia absoluta, que jogou no ataque com Bruma no apoio a Éder. Dez novos jogadores que demoraram a entrosar-se e a criar dinâmicas. Desde o início, apesar de ser evidente a diferença de qualidade em relação aos escoceses, Portugal sentiu tremendas dificuldades em ligar sectores e em sair a jogar. Portugal defendia bem, controlava o jogo, mas com bola, não conseguia imprimir velocidade à partida, nem criar desequilíbrios.

A Escócia também fez muitas alterações em relação ao seu onze habitual, com o selecionador Alex McLeish a prescindir da defesa com três centrais, para voltar à linha de quatro defesas, apoiada ainda por dois médios defensivos. Uma estrutura que deixava a Escócia sempre com mais jogadores no meio-campo em relação a Portugal, com Danilo, Sérgio Oliveira e Bruno Fernandes com muitas dificuldades em conectar a defesa com o ataque.

Fernando Santos tinha deixado claro que preferia ganhar a jogar mal, do que perder com nota artística. E a verdade é que a realidade não andou muito distante disso. Portugal não conseguia jogar bem, mas fazia os mínimos para manter o controlo do jogo diante de uma Escócia que também não colocava desafios muito exigentes. Um jogo que começou com um ritmo muito baixo e nunca chegou a alcançar rotações muito elevadas. A primeira oportunidade do jogo até foi da Escócia, num desentendimento na área portuguesa, com Sérgio Oliveira a cortar de cabeça um cruzamento de Forrest. A bola ia para a baliza, mas Beto respondeu com uma grande defesa mantendo intacto o nulo.

Cédric e Kevin Rodrigues contaram com poucas oportunidades para subir pela linha, uma vez que a Escócia jogou com dois extremos bem abertos nas alas, Forrest e McGregor, que prendiam os laterais portugueses. Pelo meio também não foi fácil circular a bola, com Bruno Fernandes e Sérgio Oliveira com poucos espaços para fazer a bola chegar ao trio da frente. Só na parte final da primeira parte é que Portugal começou a soltar-se, com Bruma a recuar para depois levar a bola lá para a frente. O avançado do Leipzig ainda fez dois remates antes de Portugal chegar ao primeiro golo mesmo em cima do intervalo. Um lance iniciado precisamente por Bruma que abriu na esquerda para a subida de Kevin Rodrigues que cruzou tenso. Éder não chegou, mas nas suas costas surgiu Hélder Costa que só teve de encostar. Um golo muito festejado pelo banco português, uma vez que era a primeira oportunidade do avançado do Wolverhamton na seleção principal. Um golo que trouxe alguma emoção às bancadas meio vazias do Hampden Park, numa primeira parte com fraca nota artística e com muitos bocejos.

Mesmo a jogar com um ritmo baixo, a qualidade dos portugueses era bem evidente diante desta seleção escocesa, com muitas limitações em todos os sectores do jogo. A equipa a casa ainda procurou entrar forte na segunda parte, com destaque para uma cabeçada de mergulho de Mckenna, mas Portugal voltou a assumir rapidamente as rédeas do jogo e até cresceu com as primeiras alterações promovidas por Fernando Santos. Entraram Renato Sanches e mais uma estreia, com Pedro Mendes a entrar para o eixo defensivo. Gedson, que já se tinha estreado no Algarve, frente à Croácia, também foi a jogo.

Tal como na primeira parte, Portugal voltou a crescer nos últimos quinze minutos e marcou mais dois golos. O primeiro surgiu num lance de bola parada, com Renato Sanches, na marcação de um livre, a levantar a bola para o lado esquerdo da área onde surgiu Éder, de rompante, a desviar de cabeça. Um golo também muito festejado, afinal era o primeiro de Éder na seleção desde o mítico golo a Lloris na final do Euro2016.

Era o melhor período da seleção portuguesa e um passe longo de Gedson lançou Bruma para o terceiro golo, por sinal o primeiro do avançado pela seleção principal. Boa movimentação do jogador do Leipzig a culminar com um remate de belo efeito a levar a bola ao ângulo. Com 3-0, Fernando Santos chamou de imediato Cláudio Ramos, guarda-redes do Tondela, para a terceira estreia da tarde.

Já com o jogo a acabar ainda houve tempo para o golo de honra da Escócia, arrancado em esforço, com Shinnie a levar tudo à frente. A bola sobrou depois para Makay que serviu Naismith que atirou a contar.

Um jogo com pouca qualidade, mas também não era fácil fazer melhor com um grupo de dez jogadores com poucas rotinas. A Seleção Nacional volta agora a juntar-se em novembro para dois jogos a sério, primeiro em Itália, depois em Guimarães, frente à Polónia.