Portugal vai apadrinhar a estreia da Islândia em grandes competições de seleções, neste caso, num Campeonato da Europa. A equipa de Fernando Santos defronta em Saint-Etiènne, na primeira jornada do Grupo F, os nórdicos que surpreenderam tudo e todos ao apurarem-se diretamente para o Europeu de França, tendo acabado como segundos classificados num grupo que tinha a República Checa (líder), a Turquia e a Holanda, que ficou pelo caminho.

O apuramento

Depois de terem estado às portas do Mundial 2014, sendo eliminados no playoff perante a Croácia, os islandeses continuaram o trabalho desenvolvido na qualificação para o Europeu de 2016 e conseguiram o apuramento direto no grupo A, quando todos esperavam a sua eliminação.

Os islandeses não se importaram com o rótulo de «outsiders» e logo na abertura do grupo demonstraram que estavam ali para discutir a passagem, vencendo, em casa, a Turquia por 3-0. As seleções adversárias devem ter ficado atentas a este resultado e mais surpreendidas ficaram quando a Islândia foi à Letónia repetir o mesmo 3-0. Seis pontos em dois jogos e nenhum golo sofrido!

Na terceira jornada, vitória sobre a Holanda e toda a Europa ficou atenta à seleção nórdica. Ao quarto jogo uma derrota na República Checa, mas isso não abalou os islandeses. Regressaram às vitórias com o Cazaquistão, vingaram a derrota com os checos na sua própria casa e para abrilhantar este apuramento foram à Holanda ganhar por 1-0. Após este triunfo e com três jogos por disputar, bastava um ponto para carimbar o passaporte para o Europeu e foi conseguido de imediato, em casa, com o Cazaquistão.

Nas últimas duas partidas um empate, em casa, com a Letónia e uma derrota na deslocação à Turquia, que lhes custou o primeiro lugar.

Foram segundos classificados, apenas superados pelos checos, obrigaram os turcos a disputar o playoff e juntamente com estas seleções «eliminaram» a Holanda, que verá de casa esta competição.

20 pontos em 10 jogos (seis vitórias, dois empates e duas derrotas) com 17 golos marcados e seis sofridos, o melhor registo defensivo do grupo.

O selecionador: Lars Lagerback

A liderar esta seleção está um sueco chamado Lars Lagerback, que é um dos maiores responsáveis pelo recente sucesso do conjunto nórdico. Assumiu o controlo da Islândia em 2012 e conduziu aquele país aos dois melhores resultados em apuramentos para grandes competições, com um playoff e um apuramento direto.

Lagerback vai agora orientar uma seleção sem qualquer experiência a este nível, mas ele já está nestas andanças há muito tempo. A sua carreira resume-se quase em exclusivo à seleção do seu país, após uma passagem no Hudiksvalls, da Suécia em 1988 e 1989. Começou pelos escalões jovens e em 1998 passou a adjunto da seleção principal, cargo que ocupou até ao final da qualificação para o Euro 2000, onde a Suécia não marcou presença. Após esse fracasso assumiu o comando técnico que só deixou em 2009, quando foi eliminado no grupo de Portugal para o Mundial da África do Sul. Assumiu a Nigéria em 2010 e liderou essa seleção no Mundial. 

Em 2012 chegou à Islândia e quatro anos depois vai ser o primeiro selecionador a liderar aquele país numa grande competição.

A estrela: Sigurdsson

O médio do Swansea é a grande estrela da Islândia. Atua normalmente como o médio mais ofensivo da sua seleção e é o principal criativo e organizador de jogo do conjunto de Lars Lagerback. É fortíssimo nas bolas paradas e pode decidir as partidas desta forma. Não é aconselhável que Portugal cometa faltas à entrada da área porque o jogador de 26 anos não costuma perdoar. Tem 35 internacionalizações e 12 golos marcados e pode usar os palcos gauleses para dar nas vistas.

Confrontos com Portugal: 2 jogos, 2 derrotas

Em toda a história, a Islândia só defrontou Portugal por duas ocasiões e a vitória sorriu sempre à equipa das Quinas. Na qualificação para o Europeu de 2012, as duas seleções faziam parte do grupo H, que foi vencido pela Dinamarca e no qual a Islândia só fez quatro pontos.

O primeiro duelo entre portugueses e islandeses foi na Islândia e a equipa comandada por Paulo Bento levou a melhor por 3-1, com golos de Ronaldo, Raúl Meireles e Postiga. Na receção aos islandeses, novo triunfo e com muitos golos. No Estádio do Dragão, Portugal venceu por 5-3 com «bis» de Nani e um golo de Postiga, João Moutinho e Eliseu. Nesse jogo, Sigurdsson marcou de penálti.