A Seleção Nacional de Sub-21 conseguiu quebrar a invencibilidade dos sensacionais Países Baixos com uma vitória por 2-1, em Portimão, mas ficou a um golo de garantir o primeiro lugar do grupo, numa altura em que as duas seleções já tinham garantido a qualificação para a fase final do Europeu. A equipa comandada por Rui Jorge entrou no jogo a ganhar, permitiu o empate antes do intervalo e recuperou a vantagem no arranque da segunda parte, mas ficou a faltar um golo para o objetivo que restava nesta qualificação. Fábio Vieira, com os dois golos portugueses, foi grande figura deste jogo e esteve muito perto de arrancar um hat-trick.

Portugal precisava de vencer por, pelo menos, uma diferença de dois golos para chegar ao topo da classificação do grupo 7. Um objetivo possível, mas difícil. Basta olhar para a classificação para antecipar todas as dificuldades que aguardavam os pupilos de Rui Jorge. Os neerlandeses vinham de uma série de nove vitória, incluindo uma sobre Portugal (4-1), com um total de 45 golos marcados [média de cinco golos por jogo] e apenas três consentidos [dois no jogo com Portugal].

Se juntarmos aos dados estatísticos um guarda-redes com mais de dois metros entre os postes, podia-se adivinhar uma noite difícil para os portugueses, no entanto, logo a abrir o jogo, Portugal reduziu a diferença para metade. Erro crasso dos Países Baixos num lance que começa num lançamento lateral, com um atraso para o guarda-redes. Hoogma tentou chegar à bola pressionado por Dany Mota, o guarda-redes sai de entre os postes, mas a bola sobrou para Fábio Vieira que só teve de encostar. Ainda não estavam completos dois minutos de jogo e Portugal já estava a ganhar.

Um lance que deixou as duas seleções em alerta. Com tanta qualidade em campo, um erro sai sempre caro, como de facto aconteceu. A partir daí, os dois conjuntos passaram a atuar com cautelas máximas. Portugal continuou a pressionar alto, sabendo que o adversário procurava sair a jogar de pé para pé, com Fábio Vieira a recuar para o meio-campo. Os neerlandeses demoraram a digerir o golo encaixado e Portugal esteve, no arranque do jogo, claramente por cima, com a equipa a preencher todas as zonas do campo, sem deixar tempo, nem espaços para o adversário pensar. Vitinha até teve uma oportunidade para aumentar a vantagem, com um remate que não passou muito longe da trave.

No entanto, passado o choque, os Países Baixos foram encaixando no losango português, explorando bem as costas de Tomás Tavares, no lado direito do ataque, com Gedson demasiado longe para dar apoio ao lateral, fustigado pelas incursões de Zeefuik, Dilrosum e Kluivert. Depois de uma primeira oportunidade de Kluivert, os Países Baixos chegaram mesmo ao empate em cima do intervalo. Dilrosum lançou Zeefuik para a linha de fundo e o lateral cruzou para a área. Kluivert chocou com Diogo Costa junto ao primeiro poste, mas a bola passou para o segundo onde surgiu Gakpo a finalizar.

Voltava tudo à estaca zero e Portugal precisava agora de vencer por 3-1 para chegar ao topo da classificação. Rui Jorge prescindiu do apagado Jota para lançar Rafael Leão, mas foram os Países Baixos que entraram melhor no segundo tempo, novamente a explorar a profundidade pelas alas, agora pelas ações de Bakker, a pressionar Thierry Correia.

Era a equipa «laranja» que pressionava, mas foi Portugal que marcou na primeira vez que se libertou das amarras do adversário. Vitinha furou pela zona central e lançou Fábio Vieira que, com alguma felicidade, voltou a bater o gigante Scherpen: a bola sofreu um desvio num adversário, ganhou altura e sobrevoou os 2,04 metros do guarda-redes neerlandês. Portugal voltava a ficar a um golo do primeiro lugar e contou com várias oportunidades claras para o conseguir. Logo a seguir, Rafael Leão, lançado por Dany Mota, esteve muito perto do terceiro, mas Schuurs salvou com um corte de calcanhar.

Rafael Leão acabou por sair lesionado, pouco depois, mas Portugal continuou a carregar já com Gonçalo Ramos, Pedro Gonçalves e Joelson Fernandes em campo. O jogo ficou mais aberto, à medida que as equipas apresentavam maior desgaste físico e Fábio Vieira ficou a centímetros de completar um hat-trick com um remate cruzado que passou a roçar o poste. Os Países Baixos também podiam ter chegado ao empate, nos instantes finais, mas o resultado não voltou a sofrer alterações.

Um bom jogo, já com cheirinho a fase final, com Portugal a conseguir quebrar a invencibilidade dos Países Baixos, mas sem  conseguir o primeiro lugar do grupo.