Na conferência de imprensa na véspera do jogo de Portugal com a Nigéria, o último da Seleção Nacional antes do Mundial 2022, Fernando Santos garantiu que António Silva e Pepe vão jogar nesta quinta-feira.

Recorde-se que o defesa-central do FC Porto esteve cerca de um mês sem competir, só tendo voltado à competição no último jogo dos azuis e brancos, quando entrou na reta final do dérbi da Invicta com o Boavista.

«Obviamente que ele [Pepe] está a recuperar. Fez esta semana integrado com a equipa dele e já com ritmos competitivos fortes. Felizmente, as nossas equipas, e não só o FC Porto, trabalham muito forte com os seus jogadores. O Pepe está melhor, mas ainda temos mais dez dias para ele continuar a melhorar e amanhã [quinta-feira] com certeza que irá ter algum tempo de jogo para ainda melhorar os seus níveis competitivos», começou por dizer sobre o experiente defesa.

Sobre António Silva, que por oposição a Pepe (o mais velho) é o mais novo dos 26 jogadores convocados para o Qatar, o selecionador nacional confirmou também que vai ter minutos diante da seleção do continente africano. «Irá ter algum tempo de jogo: não sei se de início ou depois, mas irá ter algum tempo de jogo, até para sentir o peso da camisola, o que também é importante», disse, explicando ainda por que razão escolheu o central do Benfica em detrimento de outras possíveis opções para o eixo defensivo.

«Desde o início que resolvi, que levando 26 jogadores ao Mundial do Qatar, levaria quatro centrais. E portanto, algumas das minhas atenções mais frequentes, para além de todos os outros [jogadores] obviamente, tinham a ver com os centrais a decidir, sendo que três estavam praticamente certos: o Danilo, o Pepe e o Rúben Dias, com exceção de algum deles poder ter um problema impeditivo», referiu.

Fernando Santos reconheceu que o sistema em que joga o Benfica - e a que António Silva está habituado - acabou por ajudá-lo a escolher entre ele e outros jogadores: caso, por exemplo, de Gonçalo Inácio, que no Sporting joga num sistema de três centrais.

«Obviamente que me debrucei sobre todos os que estavam naquela lista, mas a minha equipa joga normalmente a quatro e portanto dei uma atenção também redobrada àqueles que jogam a quatro. Porque chegar aqui e termos seis ou sete jogos e habituar-se a jogar a quatro é mais complicado. Mas podia ter vindo outro que não jogasse a quatro. Mas por aquilo que vi nesses jogos que são muito mais exigentes – Liga dos Campeões, campeonatos com clássicos e dérbis – a escolha acabou por recair nele e isso é a prova da minha confiança. Isso não retira a confiança que tenho nos outros que pus na lista dos 55», justificou.

O selecionador nacional garantiu ter total confiança em António Silva e pediu-lhe a tranquilidade e confiança que tem manifestado no clube. «Ele tem de desfrutar disto com toda a naturalidade, como quando chegou ao Benfica, em que à partida não seria titular, talvez fizesse parte de algumas convocatórias. Se recuássemos até à pré-época, todos nós apontaríamos que seriam outros da equipa do Benfica e acabou por ser ele. Ele só tem de ter confiança e tranquilidade», rematou.