Fernando Santos está a viver os primeiros dias e jogos como selecionador de Portugal com uma grande intensidade. O selecionador garante que consegue afastar a emoção quando a bola começa a rolar, mas admitiu que quando ouviu o hino, no Stade de France, ficou «todo baralhado».

«Estar na seleção da Grécia foi uma grande honra para mim, mas isso não se compara com o que estou a viver agora. Quando lá estive foi uma honra, senti-me grego, mas isto é diferente, é o meu país, mas não me posso deixar-me levar pelas emoções», começou por contar.

A verdade é que há momentos difíceis de controlar. «No sábado, quando ouvi o hino, não sei se me apetecia chorar ou rir, fiquei todo baralhado. É um momento de grande emoção. Mas são momentos passageiros, que não me tiram do que é importante, que é ganhar amanhã», referiu.

A estreia foi frente à França, em Paris, uma vez que o calendário já estava definido, mas se fosse Fernando Santos a escolher seria diferente. «Tendo chegado há quinze dias, não teria escolhido a França. O tempo que tive foi muito curto e o jogo com a França era de grande responsabilidade, não só pelo adversário, mas também pelo público. Estes jogos, com emigrantes, têm fortes cargas emocionais. Mas um jogo particular era importante para a equipa e para mim, para percebermos estes pequenos detalhes em que não estamos tão bem», referiu.

O selecionador deixou ainda um alerta para uma fase de qualificação que, à primeira vista, com o novo figurino, poderá parecer mais fácil do que é habitual. «Há um erro tremendo quando se analisa esta nova fórmula da UEFA. Todas as equipas estão a passar por isso. Antes só duas equipas eram apuradas, agora há a possibilidade da terceira também ir. Isto levou as equipas que normalmente eram apuradas, acharem que já está feito», começou por destacar.

Mas a verdade é que, nesta altura, é a Albânia que comanda o grupo de Portugal que conta ainda com seleções como a Dinamarca e a Sérvia. «O que acontece é que qualquer equipa neste momento na fase de grupos acha que pode chegar à fase final. Assim, ninguém vai desistir. É muito normal que resultados como estes venham a acontecer. Obviamente que a Dinamarca e Portugal são mais fortes, mas se esqueceremos a Albânia ou a Arménia, estamos sujeitos a correr grandes riscos», acrescentou.