* Enviado-especial ao Euro 2016. Pode segui-lo no Twitter aqui.

O MAISFUTEBOL já está em França para lhe trazer toda a informação sobre a participação da Seleção Nacional no Euro 2016.

Muitos quilómetros depois, já foi possível sentir o pulso ao Campeonato que os portugueses esperam que seja muito feliz para a sua equipa e para os jogadores que os representam. Não há um que não deseje que a festa termine para lá de 10 de julho, data da grande final.

A nossa viagem começou por Bordéus, uma das cidades do Euro, que apresenta ao mundo o seu Matmut Atlantique de 168 milhões de euros, com capacidade para pouco mais de 42 mil pessoas, e inaugurado no final de maio na penúltima jornada da Ligue 1, que opôs os Girondins ao Montpellier. Apesar do aparato na nova infraestrutura, a presença da fase final na cidade famosa pelo seu vinho mantém-se discreta, limitada às fanzones, aos estádios e a uma outra ou outra tarja, e a um ou outro anúncio numa paragem de autocarro ou num pequeno espaço publicitário de beira de rua. As cores do Euro sobressaem na paisagem claro, mas estão restringidas a locais muitos específicos, ao redor dos quais permanece a normalidade.

É certo que o Euro só arranca dentro de três dias com o França-Roménia em Saint-Denis, Paris, mas seria de esperar não só uma presença mais berrante da maior competição continental de seleções como também uma efervescência, um nervosismo miudinho com o aproximar do pontapé de saída. Para já, para lá do silêncio, só o habitual barulho dos automóveis a passar na rua, e o turismo comum ao início do verão.

País atravessado, com a A10 para Paris cortada e a obrigar desvio por Le Mans, ainda por culpa de trabalhos de recuperação depois das cheias que assolaram o território, não se vêem nas vias rápidas indicações da prova organizada pela UEFA, tal como a entrada em Bordéus não se fez acompanhar por qualquer indicação de que se trata de uma das dez cidades do Euro.

Na pacata e calma Marcoussis, vila dos arredores de Paris onde Portugal montará o seu quartel-general a partir de quinta-feira, a população local sorri quando vê aproximar-se uma matrícula portuguesa, lembrando-se que vai acolher Ronaldo e companhia. No entanto, não parece suficientemente informada sobre o assunto, mesmo que o complexo utilizado esteja a escassos quilómetros e já vestido com as cores do Euro e as indicações de estacionamento para os media.

- Quando chegam? E os treinos vão ser abertos?

Jeudi! E não, no dia da chegada haverá apenas bilhete para mil - por questões de segurança Portugal está obrigado a treinar no centro de estágio e esse é o número de lugares de que pode dispor - e serão certamente muitos mais os emigrantes que ficarão à porta a protestar por só lhes terem dado uma migalha da presença da sua seleção no país em que escolheram viver. Ou vizinho da sua Bélgica, Suíça, Alemanha e por aí fora.

Na quinta-feira, o dia promete ser muito animado, no meio de uma segurança mais-que-apertada face à constante ameaça do terrorismo. Para já, portões fechados, a paz apenas perturbada pelos diretos das televisões portuguesas.

A contagem decrescente já começou.