Todos os olhos em Amesterdão. Às 17 horas de hoje Portugal e Turquia decidem o apuramento para as meias-finais do Campeonato da Europa. Os portugueses partem como favoritos, mas a lembrança de 1996, em que, também nos quartos-de-final, muitos dos jogadores que hoje entrarão em campo caíram às mãos da República Checa, aconselha prudência. 

Nada a apontar, até aqui, à carreira portuguesa no Europeu. Três vitórias, duas delas históricas, diante da Inglaterra e da Alemanha, são um bom cartão de visita para uma geração de quem se diz ter a sua última oportunidade de juntar o ouro físico ao ouro do nome que lhe atribuíram depois das conquistas nos escalões jovens. 

Três vitórias que, no entanto, podem passar a fracasso se a selecção portuguesa for eliminada pela Turquia. Os portugueses querem mais. Querem mais boas exibições, mais elogios da Europa do futebol, até aqui maravilhada com a técnica, a circulação de bola e a arte dos comandados de Humberto Coelho, mais do que os quartos-de-final. 

Os bons resultados da primeira fase conseguiram aumentar uma responsabilidade já elevada. Ser eliminado às mãos da Turquia, por muito entusiasmante que tenha sido o futebol dos portugueses na primeira fase, vai anular tudo o que já foi conseguido até aqui. 

Os portugueses também querem mais Portugal. Sabem que, se Figo, Rui Costa e companhia jogarem aquilo que está ao seu alcance, dificilmente a Turquia terá argumentos para travar a Selecção das quinas. Repetir o que já foi feito neste Europeu parece ser suficiente. Mas a euforia que parece generalizar-se em redor da Selecção deve ser contida com imagens do triunfo do Galatasaray na Taça UEFA. Como lembrou José Mourinho, colunista do Maisfutebol, que adeptos ingleses duvidavam que o Arsenal bateria o Galatasaray na final? E no entanto... 

Alterações de Humberto Coelho 

A exibição e os três golos de Sérgio Conceição diante da Alemanha devem valer-lhe um lugar no onze. Humberto Coelho vai manter o esquema habitual da Selecção, apesar das experiências com os alemães, e para dar lugar ao extremo da Lázio deverá abdicar de João Pinto, embora este jogador possa actuar na frente de ataque, o que significaria o sacrifício de Nuno Gomes. 

Abel Xavier, recuperado de lesão, será o defesa-direito, até porque o seu rival para o lugar, Secretário, não se encontra a cem por cento. Outra alteração que o Seleccionador deverá levar a cabo é a troca de Vidigal por Paulo Sousa. 

Assim, o onze português deverá ser o seguinte: Vítor Baía; Abel Xavier, Fernando Couto, Jorge Costa e Dimas; Paulo Bento e Paulo Sousa; Sérgio Conceição, Rui Costa e Figo; Nuno Gomes. 

Os turcos preparam o confronto com Portugal sem qualquer problema de lesões. Sukur, que treinou com limitações depois do jogo com a Bélgica, e Umit, que falhou essa mesma partida por lesão, estão recuperados. A única baixa é Tugay, médio do Glasgow Rangers, que o seleccionador Mustafa Denizli mandou para casa devido a actos indisciplinados do jogador quando foi substituído no último encontro dos turcos. 

Assim, a Turquia, que deverá manter a aposta no esquema de três centrais que lhe tem conferido bastante segurança defensiva, deverá apresentar o seguinte onze: Rustu; Fatih, Ogun e Alpay; Tayfun, Suat, Tayfur, Okan e Abdullah; Arif Erdem; Hakan Sukur. 

O jogo será arbitrado pelo holandês Dick Jol, que já apitara a partida de Portugal com a Alemanha.