Uma seleção eficaz, talentosa e segura, sobretudo na primeira parte, construiu o apuramento para as meias-finais do Campeonato da Europa de sub-19 e consequente vaga no Mundial sub-20 de 2019 com um triunfo por 3-0 ante a Finlândia. O extremo João Filipe foi obreiro, ao abrir o marcador de livre direto e a dar os outros golos a José Gomes e Mésaque Dju.

Ante o anfitrião da prova, sabendo que uma vitória dava automaticamente a qualificação, Portugal, apesar de quase sempre superior, teve duas caras.

A primeira, de uma equipa corajosa, embalada ao ataque e segura na defesa, a marcar dois golos até ao intervalo e a ter produto para mais. A segunda, no recomeço, com algum individualismo e indefinição que adiou o alargar da vantagem.

Foi esse Portugal perdulário, no meio de uma segunda parte soberba do guardião Leislahti, que coincidiu com uma Finlândia mais entusiasta, esperançada em tirar dividendos da prova que organiza. Mas não houve nem hipótese de somar um ponto. Do outro lado, Portugal fechava com chave de ouro no último lance da partida. Não houve dois sem três.

Face à suspensão de Diogo Queirós, foi David Carmo a única novidade no onze, dirigido por Joaquim Malheiro dado o castigo de Hélio Sousa.

Equipa praticamente igual, talento e futebol espalhado em campo. A defesa foi quase um muro no primeiro tempo, o meio campo sustentado por Florentino e Miguel Luís, com talento de sobra daí para a frente. João Filipe teve tarde de sonho, Quina e Trincão tratam bem a bola. José Gomes, idem.

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A entrada forte de Portugal cheirava a golo. Já David Carmo e João Filipe tinham avisado, quando o extremo sacou um livre direto perfeito ao minuto 20. Pé direito calibrado, arco por cima da barreira e bola a entrar junto ao solo. De nada valeu a elasticidade de Leislahti: 1-0.

Portugal ia tanto adiante que novo golo parecia quase condição sine qua non do jogo: 2-0 ao minuto 34, fruto da insistência de João Filipe a iludir com o corpo a marcação de um contrário. E de um cruzamento picado perfeito para a cabeça de José Gomes. Parecia fácil. Do outro lado, só os cruzamentos de Staviski obrigavam a relativa atenção defensiva.

A toada prolongou-se até à segunda parte, cujo início fez perder José Gomes após um choque de cabeças e, já com Mésaque Dju em campo, alguma lucidez na definição ofensiva.

Pelo meio, Vertainen materializou a insistência finlandesa num remate a testar Diogo Costa à hora de jogo. O que se seguiu, foi um festival de golos falhados na baliza da casa.

Primeiro, mérito de Leislahti, a negar duas ocasiões a Mésaque, uma a Thierry e outra a João Filipe. A outra, um dos falhanços do ano. Vinagre e Mésaque não tiraram proveito na cara do guardião e a bola saiu pela linha de fundo. Inacreditável. Só visto.

Portugal foi sofrendo um ou outro susto na retaguarda, mas sem vitória em causa. A liderança do grupo ainda esteve perto, não fosse a Itália empatar a Noruega perto do fim. Por aqui, Mésaque redimiu-se do primeiro falhanço ao marcar em lance idêntico a passe de João Filipe. Último apito e agora cabeça por um lugar na final.