Só falta ultrapassar o Luxemburgo para Portugal marcar presença na fase final do Campeonato da Europa 2020. Nesta quinta-feira, perante uma frágil Lituânia, a Seleção nacional fez a sua obrigação: vencer, e com goleada.

Como a Sérvia também ganhou aos luxemburgueses, a decisão ficou adiada para a última jornada deste grupo B.

Em relação à derrota na Ucrânia, apenas Rui Patrício, Rúben Dias, Bernardo Silva e Cristiano Ronaldo continuaram como titulares, num onze em que Ricardo Pereira, Mário Rui, Pizzi e Gonçalo Paciência foram as grandes novidades. José Fonte, Bruno Fernandes e Bernardo Silva completaram o onze, disposto em 4x4x2, num losango várias vezes desfeito pelo encosto de Pizzi na direita. Aliás, um corredor bastante explorado pelos portugueses, com Ricardo Pereira a ajudar o médio/extremo a forçar as entradas.

Marcar cedo foi importante para Portugal, ajudou a tranquilizar e sem necessidade de correr contra o tempo. Com Bernardo Silva a 10 e com Cristiano Ronaldo ao seu melhor nível, os portugueses construíram uma vitória fácil, num jogo de sentido único e que poderia ter um marcador mais colorido, tantas foram as oportunidades desperdiçadas.

Bernardo Silva esteve brilhante. Marcou um golo e ajudou Gonçalo Paciência a estrear-se a marcar com a camisola da equipa das quinas. Antes de sair - debaixo de grandes aplausos - ainda assistiu Cristiano Ronaldo no sexto golo de Portugal.

Como já foi referido, o golo apareceu cedo, aos sete minutos, na sequência de um penálti cometidi por Mikoliunas, que derrubou Cristiano Ronaldo por trás de forma tão evidente que o árbitro não teve dúvidas em assinalar: o capitão da Seleção Nacional não desperdiçou, apesar de Setkus ainda tocar na bola com o pé esquerdo.

Seguiram-se três minutos de desperdício de Gonçalo Paciência, que aos 14, 15 e 16 minutos não aproveitou oportunidades de ouro; a primeira, de cabeça, impedida por uma grande defesa de Setkus, após cruzamento de Mário Rui; depois o remate do avançado português dentro da área foi intercetado por um lituano; e por fim não conseguiu desviar à boca da baliza uma jogada de Bernardo Silva.

O golo madrugador podia ter gerado relaxamento, mas tal não aconteceu. Os jogadores portugueses continuaram com a mesma vontade e raça em ganhar as bolas e foi com naturalidade que os golos foram surgindo até à goleada. Com facilidade a bola circulava entre os portugueses e a linha de fundo foi muitas vezes ganha para cruzamentos atrasados, à procura de alguém que finalizasse. Nesse aspeto, Mário Rui também esteve bem no flanco esquerdo.

Em mais uma grande demonstração da sua qualidade, Cristiano Ronaldo marcou três golos e o póquer esteve próximo. O show do capitão português começou com um grande golo, o 2 a 0, que fez levantar o público, num remate em jeito e em arco, sem hipótese para Setkus. A assistência foi de Gonçalo Paciência que aproveitou um passe errado de um adversário.

Portugal poderia ter ido para intervalo com uma vantagem maior, mas a falta de pontaria na finalização não o permitiu. Aos 27 minutos o árbitro até assinalou mais um penalti para Portugal, mas que seria revertido - e bem - pelo assistente: Golubickas cortou a bola e iludiu o árbitro por pretenso derrube a Ricardo Pereira. O assistente viu bem o lance e assinalou pontapé de canto.

Após o intervalo a pontaria melhorou e os golos foram surgindo com simplicidade: em treze minutos - entre os 52 e os 65 - Portugal marcou quatro golos. Aos 52 Pizzi entrou pela direita, servido por Bruno Fernandes e rematou forte com a bola a bater na barra e depois no poste, antes de entrar. Quatro minutos depois Gonçalo Paciência estreou-se a marcar, após jogada de Bernardo Silva, que rematou para Setkus defender para a frente, com Gonçalo a não perdoar a recarga. Aos 63 Bernardo Silva elevou para 5-0 com assistência de Ricardo Pereira, e Cristiano Ronaldo fechou as contas dois minutos depois, fazendo o hat trick num remate cruzado, falhando pouco depois o póquer, após um passe de ouro de Gonçalo Paciência: sem oposição e na zona de penalti, o capitão atirou muito por cima.

Até final, além das perdidas dos portugueses, o jogo deu para tudo, até para um adepto com a camisola da Juventus entrar no relvado em correria até ao meio-campo, para tirar uma selfie com Cristiano Ronaldo (72m). Aos 78, nova invasão para mais um abraço a Cristiano Ronaldo, agora de uma criança. Sempre com grande simpatia do capitão!

Agora, que venha o Luxemburgo, pois com esta vontade dos jogadores portugueses a qualificação estará mais perto!