Está a chegar a hora. Fernando Santos anuncia esta tarde, pelas 17h30, a lista de 26 jogadores que irão ao Qatar. A base das opções do selecionador é conhecida e há muitas certezas na lista, mas também algumas dúvidas a alimentar a expectativa quanto a uma escolha que resulta de muitas variáveis.

 

A antecipar a convocatória que chega depois de uma primeira metade de temporada muito intensa, com enorme concentração de jogos motivada precisamente pela calendarização do Mundial, o Maisfutebol olhou para o que fizeram até aqui nos seus clubes os selecionáveis, a partir da pré-convocatória de 55 jogadores. Para lá das opções garantidas, há vários jogadores que reforçaram a candidatura ao longo dos últimos meses. O que fizeram não se reduz a números, mas eles fixam uma base de análise. Vamos a eles.

Para lá dos números, Diogo Costa está a fazer uma grande época, com ênfase na campanha na Liga dos Campeões e nos históricos três penáltis defendidos, a reforçar a tendência de afirmação como primeira opção da seleção. Ainda que Rui Patrício continue de pedra e cal na baliza da Roma, aos 34 anos.

Entre as opções para o terceiro lugar na baliza, José Sá é o guarda-redes com mais ritmo de jogo esta época e tem sido o escolhido de Fernando Santos nas últimas convocatórias. Mas Rui Silva, que tem ganho espaço na baliza do Betis em concorrência com o veterano Claudio Bravo, apresenta bons números e continua a alimentar a expectativa de poder voltar a uma fase final, depois de ter estado nas escolhas para o Euro 2020. Anthony Lopes, que esteve presentes nas três últimas fases finais, perdeu espaço e é também o guarda-redes com menor utilização.

Os números confirmam a evidência daquela que é uma das questões em torno da seleção, a condição física de Pepe. Entre as 11 opções nesta lista, o veterano jogador do FC Porto é quem tem menos jogos e menos tempo em campo esta época. Está afastado dos relvados há mais de um mês – jogou pela última vez a 4 de outubro, frente ao Leverkusen. As indicações do clube são de que está próximo da recuperação da lesão no joelho esquerdo e ninguém tem dúvidas sobre a importância que pode ter Pepe em boa forma no Mundial.

Rúben Dias, o habitual titular da defesa da seleção ao lado de Pepe, está em contrapartida a fazer uma época ao seu nível. Danilo, definitivamente adaptado a central também na seleção, teve alguns problemas físicos em meados de outubro, mas está de volta às primeiras opções no PSG.

A partir daí coloca-se uma das grandes dúvidas em torno da convocatória final. À partida só sobra um lugar, uma vez que Fernando Santos já assumiu que leva quatro centrais. Das outras opções na lista, José Fonte é o mais experiente e a época que está a fazer no Lille permite-lhe alimentar a expectativa de estar numa quarta fase final. Entre as restantes opções, há muito sangue novo, quando Domingos Duarte é o único que já soma internacionalizações AA.

O adolescente António Silva é uma revelação no notável arranque de época do Benfica e tem números que suportam a expectativa que o rodeia. É apenas superado em jogos e minutos por Diogo Leite, a fazer uma excelente época no Union Berlim, que foi até há pouco líder da Bundesliga. Entre Gonçalo Inácio, a dupla portista constituída por David Carmo e Fábio Cardoso ou Tiago Djaló, que esteve na última convocatória, há várias outras opções.

As primeiras opções de Fernando Santos têm sido claras e tudo aponta para que assim se mantenham, com João Cancelo a fazer mais uma época em alta rotação e Nuno Mendes de volta, após uma ausência de três semanas por lesão.

Depois há várias opções para mais dois lugares. Da experiência de Raphael Guerreiro, a fazer uma boa época no Dortmund, ou de Mário Rui, que mantém a regularidade em Itália no flanco do líder Nápoles, à solidez nas opções do Manchester United de Diogo Dalot, que se vem afirmando como opção também na seleção. Jogadores que já foram apostas regulares na seleção como Nélson Semedo ou Cédric perderam espaço também nos clubes, enquanto há várias alternativas a chamar a atenção, do potencial ofensivo do sportinguista Nuno Santos, a recuperar de uma lesão por esta altura, às candidaturas de futuro de Nuno Tavares ou Thierry Correia.

O leque de opções de qualidade e a variedade de características para o meio-campo é enorme e Fernando Santos tem um vasto campo de escolha, partindo desde logo de um alto patamar de ritmo de jogo e influência nas respetivas equipas de certezas como Bernardo Silva, Rúben Neves ou Bruno Fernandes, mas também Vitinha ou Otávio.

Olhando para os números o destaque evidente é João Mário, a partir de vários critérios: seja a utilização, golos marcados, assistências ou a época que está a fazer o seu clube, a que se junta o passado de seleção. Algo que não tem o também benfiquista Florentino, outro dos selecionáveis em plena afirmação esta época.

Falando em experiência e passado na seleção, estão também nas contas outros três campeões da Europa de 2016. William Carvalho, em mais uma época como referência de qualidade no Betis, o veteraníssimo João Moutinho, menos influente e a perder espaço na seleção, mas ainda como opção regular no Wolverhampton, e Renato Sanches, o médio com menos tempo de jogo entre os selecionáveis, mas que tem sido na seleção uma alternativa para levar algo diferente ao jogo. Depois há Palhinha e Matheus Nunes, já parte integrante do grupo de Fernando Santos no último ano, com números sólidos também nesta temporada.

A baixa de Diogo Jota e a renúncia de Rafa abriram o leque de opções para o setor ofensivo, que volta a ser liderado por Cristiano Ronaldo, ainda que o capitão e recordista absoluto da seleção tenha números menos fulgurantes do que noutros tempos, no meio da época conturbada que protagoniza em Manchester. Também João Félix, presença constante nas escolhas do selecionador, chega aqui depois de uma primeira metade de época com bem menos tempo de jogo do que desejaria.

Se Rafael Leão, outra escolha segura do selecionador, está de novo a fazer no Milan uma época de grande nível, há vários jogadores a fazer temporadas que reforçam as suas candidaturas. De André Silva, o segundo maior goleador da seleção em atividade, que foi perdendo espaço nas opções de Fernando Santos mas tem feito uma época forte de presenças e golos, a Ricardo Horta, que entrou nas escolhas na reta final da Liga das Nações e continua a ser a grande referência do Sp. Braga. E depois há o benfiquista Gonçalo Ramos, o avançado com melhores números esta época.

Mas há várias outras opções nas contas, entre Gonçalo Guedes, que apesar de estar a fazer uma época mais apagada faz há muito parte do núcleo de Fernando Santos, a jogadores que se vêm destacando à força de golos e impacto nas respetivas equipas, como Pote, Jota ou Vitinha.

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