A participação portuguesa no Mundial sub-20 arranca a 31 de maio, mas a equipa orientada por Hélio Sousa deixa solo luso logo a 16 de maio.
 
Depois de uma escala curta no Dubai, a seleção vai instalar-se na Austrália. Um «mini-estágio» de uma semana para antecipar os efeitos do «jet lag» nos jogadores, tendo em conta que a diferença horária entre Portugal e a Nova Zelândia, país que acolhe a prova, é de onze horas.
 
Numa primeira fase, na Austrália, a seleção portuguesa vai lidar com uma diferença de nove horas, de forma a que a mudança para a Nova Zelândia, a 26 de maio, seja mais suave. Apenas duas horas de diferença, quando o conceito de «jet lag» é apenas aplicado quando a diferença é igual ou superior a três horas.
 
«A ida para a Austrália é pensada para que o jet lag não seja um problema em competição», explica João Brito, fisiologista da Unidade de Saúde e Performance da Federação Portuguesa de Futebol.
 
Joaquim Milheiro, elemento da equipa técnica liderada por Hélio Sousa, reconhece que «a antecipação da viagem é de extrema importância», até para respeitar o protocolo, que recomenda um dia de adaptação por cada fuso horário atravessado.
 
Em causa, quando se fala de «jet lag», estão problemas como o horário das refeições, as alterações à alimentação, a desidratação e a diminuição do tempo e da qualidade do sono. Isto pode gerar cansaço, eventual irritabilidade, dores de cabeça, dificuldades de concentração e falta de apetite ou problemas gastrointestinais.
 
Todos estes aspetos podem condicionar o rendimento de um jogador, mas os responsáveis da Federação Portuguesa de Futebol prepararam um programa de trabalho ao pormenor, que incide até no tempo de exposição à luz (natural ou não), de forma a facilitar a adaptação dos jogadores. A experiência em 2011, no Mundial da Colômbia, serviu também para preparar esta campanha.
 
«Acreditamos que, quando começar a competição, vamos ter os 21 jogadores disponiveis», afirma Joaquim Milheiro.
 
O clima, por outro lado, não «será um problema fundamental», conforme explica João Brito. «Vai ser inverno na Nova Zelândia, e as temperaturas vão estar amenas, ou até baixas», conclui.
 
A seleção portuguesa de sub-20 vai defrontar Gana e Brasil durante o estágio na Austrália, a 20 e 24 de maio, respetivamente, em Sidney. Depois a estreia na prova será com o Senegal, a 31 de maio (Hamilton). Segue-se o jogo com o Qatar, no mesmo palco, a 3 de junho, e depois o duelo com a Colômbia a 6 de junho, em Dunedin.