Doze pessoas foram detidas pela Polícia de Segurança Pública (PSP) durante a operação realizada no âmbito da fase final da Liga das Nações, no Porto, segundo anunciou aquela força policial.

Num balanço da operação, a PSP esclareceu que deteve sete ingleses e cinco portugueses em torno da fase final que acolheu as seleções de Portugal, Inglaterra, Holanda e Suíça, com jogos no Porto e em Guimarães, entre 5 e 9 de junho.

«Nos ingleses, seis foram detidos por agressões, fruto de coação e resistência a polícias, e um por danos de uma viatura. Entre os portugueses, dois foram detidos por venda ilegal de bilhetes, outros dois por tráfico de estupefacientes e um por posse de artigo pirotécnico no jogo da final», explicou Alexandre Coimbra, diretor de relações públicas da PSP.

O porta-voz da polícia divulgou, ainda, que «foi identificado um cidadão inglês, por comportamento agressivo, e um holandês, por agressão a um adepto inglês» e que se registaram «oito feridos, sendo que cinco polícias, um cidadão inglês e dois americanos receberam tratamento hospital».

Dos adeptos ingleses que foram detidos, Alexandre Coimbra explicou que, «em dois casos, o Ministério Público decidiu suspender o processo e aplicar injunções, e que nos outros casos os detidos foram presentes a interrogatório judicial, onde foram aplicadas medidas de coação como o pagamento de caução, sendo que os processos irão decorrer».

«A legislação inglesa prevê que estes cidadãos possam sofrer consequências no seu país. Um dos dois adeptos detidos regressou ao seu país, e no aeroporto estavam as autoridades ingleses para lhe aplicar a ordem de serem banidos [dos estádios] por três anos», completou o responsável.

Considerando que o «balanço final da operação foi muito positivo», Paulo Lucas, comandante metropolitano do Porto, lembrou também a complexidade da ação da PSP nestes últimos dias, apontando como aspeto «mais crítico» o facto de cinco polícias terem sido feridos.

«Temos de tentar perceber se neste processo global, ao nível da operação ou planeamento, algo poderia ter sido definindo para evitar essa situação. Numa primeira análise, parece-nos que foram situações muito rápidas, em que, apesar resposta imediata, seria difícil um resultado diferente», disse o superintendente chefe.

Paulo Lucas falou nesta operação como um «desafio interessante», vincando as muitas horas de trabalho dedicadas pelos agentes do PSP. «Todos os dias, até às cinco ou seis da manhã, tínhamos no terreno milhares de adeptos, felizmente a maior parte portam-se corretamente», revelou o responsável, não querendo colocar um estigma sobre o comportamento do adepto inglês.

«Tivemos mais 20 mil ingleses no Porto a divertirem-se, e, mesmo com um elevado consumo de álcool, conciliou-se os interesses deles com a ordem pública. Houve apenas alguns grupos que criaram alguns problemas e que obrigaram a uma intervenção mais complexa», disse Paulo Lucas.

Segundo as estimativas da PSP, durante a competição, estiverem em Portugal entre 20 a 25 mil adeptos ingleses, 6 a 8 mil adeptos holandeses e cerca de 2.500 suíços.

A operação da PSP, que se iniciou no dia 3 de junho, depois vários meses de planeamento, evolveu cerca de 9 mil agentes e mais 300 veículos, com 168 horas de trabalho, e contou com a presença e colaboração de operacionais da polícia inglesa e holandesa.