*Enviado-especial ao Euro 2016
Fernando Santos admitiu, este sábado, em conferência de imprensa que João Moutinho não se sentia capaz para marcar uma das grandes penalidades decisivas no confronto com a Polónia e que Cristiano Ronaldo foi fundamental para que o jogador do Monaco fosse um dos primeiros marcadores.
Após o jogo surgiram imagens nas quais Ronaldo aparece a «obrigar» Moutinho a fazê-lo e o selecionador confirmou: «O João era um dos que estava destinado, mas sentiu um pequeno desconforto na perna e por isso não estava na máxima condição para desempenhar aquele papel. O Cristiano Ronaldo, numa atitude exemplar de capitão, disse-lhe ‘vens, temos confiança em ti e vais marcar’ e ele marcou.»
Nesse momento decisivo no Polónia-Portugal também se viu Fernando Santos a «sussurrar» e o selecionador admitiu que estava a rezar, mas desvalorizou: «Rezo todos os dias. Sou católico, apostólico, romano. Sou um homem de fé, rezo quando me levanto e quando me deito.»
Ainda sobre Cristiano Ronaldo, e mesmo antes de o elogiar sobre o episódio com Moutinho, Fernando Santos disse que, ao contrário de muita gente, não compara o desempenho do capitão da seleção ao serviço de Portugal e ao do Real Madrid: «Não se pode comparar, nem se deve comparar. É um Ronaldo fantástico na seleção. Estamos muito satisfeitos é um exemplo como capitão, em determinação, vontade e querer ganhar. Trabalho fantástico, o que me interessa é o que ele tem desempenhado. Nunca me canso de lhe dar os parabéns.»
O técnico sentiu necessidade de sair em defesa de Cristiano Ronaldo e de Pepe. «Na realidade não faço grandes apreciações individuais. Sinto que é importante realçar o que têm feito Pepe e Cristiano Ronaldo, porque há jogadores que quando não cumprem o que faz parte das expetativas das pessoas o outro trabalho, muito importante, tende a não ser valorizado. Ronaldo tem feito um trabalho relevantíssimo, mas se não marca parece que não está cá, quando está a 200 por cento. Há um papel importante a realçar», disse, antes de falar das oportunidades perdidas por parte do capitão: «Quem marcou o golo com a Croácia foi o Ricardo Quaresma, mas quem fez o remate, que podemos considerar a assistência, foi Ronaldo. É um dos melhores do mundo, mas não vai marcar sempre. Um dia, como vocês dizem, o ketchup vem de vez. No próximo jogo, lá estará ele.»
No que diz respeito ao central, Santos fala em liderança, algo que transparece até às bancadas. «Pepe é um líder da equipa. O que digo é que em campo todos têm de ser líderes nos vários momentos do jogo, seja a defender ou atacar. As equipas precisam de líderes, quantos mais melhor. Pepe tem sido fantástico nisso», sublinhou.
