A FIGURA: Bernardo Silva

Uma daquelas vitórias com nome próprio: Bernardo Mota Veiga de Carvalho e Silva. Bernardo Silva, do nosso contentamento. Bernardo, já se sabe há muito, é daqueles jogadores que dá gozo ver jogar. Quem gosta de futebol, tem de gostar de quem o faz parecer simples. E o joga com a classe dos imortais. Bernardo Silva não marcou frente à Rep. Checa, até fez um erro que deixou a equipa exposta ao contra-ataque checo ao minuto 60 – aparentemente é humano -, mas encheu o campo. E foi daquele pé esquerdo que saíram as duas assistências para os golos portugueses.

O MOMENTO: Bernardo contorna as tormentas (30m)

Tal como previra Fernando Santos, a Rep. Checa veio a Alvalade instalar-se comodamente à frente da área defensiva, esperando por uma brecha para tentar contra-atacar. Foi preciso paciência, como dissera o selecionador. E génio, como acrescentara. O génio de Bernardo Silva levou a defesa checa para a linha lateral e, de costas para a área, viu a entrada de Cancelo, que serviu na perfeição para o 1-0. Estava contornada a tormenta checa e lançada a seleção para a vitória.

OUTROS DESTAQUES

Cancelo

Não é só pelo golo. É por ser um lateral que às vezes se confunde com um extremo, que noutras se confunde com um organizador de jogo e que ainda veste bem a pele matador. Está um jogador cada vez mais completo e a seleção só tem a ganhar com isso.

Pepe

O experiente defesa português podia aparecer aqui só por ter chegado ao pódio dos mais internacionais de sempre por Portugal. São já 127 jogos de quinas ao peito, os mesmos que Luís Figo. Mas aos 39 anos, Pepe mostra que é mais do que uma lenda viva do futebol português. Pepe é a face da garra necessária para que a classe funcione. Diante da Rep. Checa, foi ele quem mostrou os dentes para defender a baliza portuguesa, sempre que foi necessário. Fez várias dobras e foi fundamental quando os checos mais ameaçaram. Sem olhar ao cartão de cidadão, diríamos que temos aqui central para uns bons anos.

Gonçalo Guedes

O dia 9 de junho é especial para Gonçalo Guedes. Em 2019, foi na véspera do Dia de Portugal que o extremo marcou o golo que valeu a Portugal a conquista da Liga das Nações. Três anos depois, Guedes voltou a viver um feliz 9 de junho. De regresso à titularidade na seleção portuguesa, marcou o segundo golo no triunfo sobre a Rep. Checa.

Rúben Neves

Pode ter dado menos nas vistas do que quem marcou golos ou fez assistências, mas foi o elo que ligou tudo. Equilibra a equipa a defender, mas constrói sempre com critério e assegura uma qualidade que foi fundamental no passe longo para desposicionar a seleção checa.