O futuro da seleção nacional portuguesa não preocupa Fernando Santos, aliás merece elogios. O selecionador deixa uma palavra de agradecimento aos clubes... até aos de bairro.

«Portugal trabalha muito bem a formação, quer a nível de clubes quer na seleção. Por alguma razão temos nos últimos quatro anos Portugal a ganhar Campeonatos da Europa, a estar presente em finais de campeonatos do mundo, meias-finais, presentes na final do Euro sub-21. Isto é fruto do trabalho que é feito na formação, não só pelos grandes, porque muitos deles quando chegam aos grandes já iniciaram a sua formação em clubes mais pequenos e até clubes de bairro. A FPF tem dado excelentes condições e agora com a Cidade do Futebol mais condições ainda para que haja um crescimento natural dos jogadores portugueses. Quem é que vai alimentar a seleção nacional? São esses jogadores», disse em entrevista à revista FPF360.

O selecionador assumiu o comando técnico de Portugal há dois anos, numa altura em que se debatia uma «revolução» nos eleitos, diz. Não concorda com isso e explica porquê.

«Quando cheguei falava-se muito em revolução, como se os de mais idade tivessem que sair... Não! Este é um processo natural, uns que vão saindo, uns por idade, outros por outra razão, e uns que vão entrando. Esse futuro está assegurado, mas nem todos os que jogaram nos Olímpicos, ou nos sub-21, ou sub-20 ou sub-19 vão chegar à seleção nacional, seguramente. Se alguns deles lá chegarem... Felizmente estão a chegar vários, seis ou sete jogadores que estiveram o Euro sub-21 estão na seleção principal. Se pensarmos, há um dado que é muito mais importante e que é pouco refletido pelas pessoas: não é preciso teres passado pelas seleções jovens para chegares à seleção nacional e mostrares. Em França estiveram 12 jogadores que nunca tinham estado numa fase final de Euro ou Mundial, sequer.»

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                      «Ainda estamos no modo campeão da Europa, vai deixar de acontecer»