Fernando Santos declarou nesta quarta-feira não entender a decisão de colocar quatro jogos de seleções na fase final da época, ainda para mais num tão curto espaço de tempo.

Portugal abre a Liga das Nações com um jogo frente à Espanha nesta quinta-feira e até dia 12 recebe a Suíça e a Chéquia, além de viajar até à Suíça para a quarta jornada da competição. Uma situação que o selecionador nacional criticou em conferência de imprensa.

«Acho claramente exagerado. Nunca aconteceu uma situação destas com quatro jogos em dez dias. Não me lembro de ver isto. Em 12 dias já vi, mas em dez nunca vi», começou por dizer.

«Ainda para mais, depois de uma época altamente desgastante. Os jogadores só chegaram todos na segunda-feira: tivemos três dias para preparar um jogo; depois temos mais três até ao jogo seguinte; quatro dias depois voltamos a jogar e novamente três dias depois», acrescentou.

Fernando Santos diz que os jogadores da seleção estão preparados para encarar esta fase intensa de jogos, mas revela que a densidade competitiva obriga a equipa técnica a fazer uma gestão mais atenta dos atletas.

«Os jogadores estão muito bem, com alegria e vontade como mostram sempre que vêm à seleção. Mas percebemos que há ali dificuldades. Se fazemos um treino com mais de 60 minutos, já começam a abanar um bocadinho. E se está provado que o corpo precisa de 72 horas para recuperar de um jogo, tem de se ter em atenção que em determinadas fases da época, precisa ainda mais», alerta.

Nesse sentido, Fernando Santos admite que vai rodar mais a equipa do que é habitual.

«Isto vai levar a que as seleções que tiverem mais jogadores a grande nível, a fazer uma rotação clara. O mesmo onze repetido, nem pensar», nota.

Ainda assim, e apesar de haver jogadores na convocatória que estão há cerca de duas semanas sem competir, enquanto outros competiram até mais tarde, o selecionador nacional revela que vai privilegiar o que tem sido o desenho da seleção nos últimos jogos e não tanto olhar para quem está há mais tempo sem competir.

«O que queremos fazer é dar continuidade ao padrão e forma de jogar dos últimos dois jogos. Isso quer dizer que não vamos fazer grandes mudanças neste primeiro jogo: se calhar uma ou duas mudanças em relação aos jogos com a Turquia e a Macedónia do Norte», declarou.

«Não vou olhar tanto para a questão do ritmo dos jogadores, mas mais para o consolidar nesta Liga das Nações do nosso padrão de jogo», concluiu.