Rui Jorge, selecionador português de sub-21, em declarações na conferência de imprensa após a vitória sobre a Noruega, comentou a ‘fuga’ cada vez mais precoce do talento português para campeonatos mais fortes.

«Eles saem porque são pretendidos por equipas que acreditam que eles são mais-valias para os seus projetos. Apesar de a competição para alguns deles poder ser menor, o facto de treinarem e defrontarem jogadores de alto nível, permite-lhes um crescimento maior. O facto de estarem fora de casa obriga-os a saber logo qual é o caminho do futebol profissional e ajuda-os a perceber as dificuldades.

Esta é a vida deles. Eles vão fazer a vida disto e sabem que vão ter de lidar com contrariedades – seja no início da carreira, seja no meio ou no final - e vão ter de superá-las se quiserem continuar no mais alto-nível.

Têm de trabalhar para jogar nos seus clubes e afirmarem-se. E trabalhar para serem melhores do que os outros. Temos sempre aquela ideia de que se ficassem cá jogariam mais, mas é uma sempre uma incógnita.

Eles precisam de jogar, mas precisam também de contextos globalmente positivos. E acho que praticamente todos eles têm isso.»

[sobre o jogo]

«Não houve um facilitar da nossa parte. Existia superioridade numérica do adversário no meio-campo e com a qualidade deles, foi difícil conseguir a superioridade. Na primeira prte, quando estávamos a jogar contra o vento e a circulação por trás corria mais risco, essa superioridade acentou-se.

«Tivemos a felicidade de marcar nas duas primeiras oportunidades, mas nunca fomos capazes de manter a bola e controlar com posse. Na segunda parte, as coisas modificaram-se. O vento era um fator a ter em conta neste jogo. É verdade que houve um lance em que nos ganharam as costas e criaram perigo, mas fomos mais fortes e mais seguros na segunda parte.»

[o segundo lugar fica mais perto?]

«É muito cedo para fazer contas. Sabemos que se formos primeiros passamos automaticamente, se formos segundos, dependemos de outros grupos. Mas se formos segundos apenas com três pontos perdidos, vamos estar no Europeu. Vamos tentar ir até ao último jogo para disputar o primeiro lugar com a Holanda. Agora temos Gibraltar que é um adversário de nível mais fraco, mas que nos merece respeito.»

[sobre a evolução de Pedro Neto]

«A evolução que os jogadores têm está dependente dos contextos em que estão inseridos. Há vários jogadores que estão integrados em níveis muito elevados e isso ajuda-os no seu crescimento. Uns jogam mais do que os outros, é verdade, mas todos estão inseridos em contextos desportivos muito interessantes. O Pedro Neto é um deles. Enquanto esteve em campo, fez o que lhe pedimos, com as características que sabemos que ele tem e é um jogador que tem evoluído muito, como todos neste grupo.»