A seleção nacional portuguesa defronta a congénere de Andorra em jogo particular, nesta quarta-feira, no Estádio da Luz, antes de enfrentar a França (sábado) e a Croácia (terça-feira) para a Liga das Nações. Em conferência de imprensa, Fernando Santos reconheceu que disputar este encontro não é a melhor opção para Portugal.

«Em termos físicos, seria preferível descansar. Mas temos de procurar encontrar sempre algum benefício e esse será entrosar os jogadores, aqueles que não têm estado tanto na seleção, e dar-lhes oportunidades para se mostrarem», salientou.

A UEFA ordenou a realização de jogos nestas datas: «Vai haver jogos de play-off e a UEFA entendeu que, havendo equipas que vão disputar três jogos, as outras também os deveriam fazer.»

«Não vejo grande vantagem em relação a estes jogos. Se eu estivesse do lado dos clubes, ainda menos vantagem veria», concluiu o selecionador nacional, prometendo ainda assim uma equipa determinada.

O grupo juntou-se na segunda-feira, realizou testes à covid-19 e só treinou na véspera do encontro com Andorra. Fernando Santos espera dificuldades: «É uma equipa muito organizada, que enquanto puder para tentar evitar que Portugal faça golos. Tivemos muitas dificuldades em vencer o jogo lá. Pode ser positivo para nós perante um adversário que vai oferecer a resistência que nós permitirmos que ofereça. Hoje em dia, quem joga contra Portugal quer sempre mostrar-se e será importante também evitarmos os contactos.»

«Depois, contra a França, toda a gente sabe que vai estar em campo o Campeão da Europa e vencedor da Liga das Nações frente ao Campeão do Mundo e vice-campeão da Europa. Antigamente, Portugal era um outsider, agora já não é. Depois do jogo com Andorra, vamos com todo o respeito mas sem subserviência preparar esse jogo com a França», frisou o técnico.

Durante a conversa com os jornalistas, Fernando Santos também abordou o ritmo intenso a que os jogadores estão sujeitos, reconhecendo que é forçado a adaptar os métodos de trabalho a essa realidade. «Eles não têm tempo para estarem com as famílias, pensarem fora da caixa. Eu sempre dei oportunidade aos meus jogadores para terem esse tempo, mas agora nem isso podemos fazer, porque estamos aqui em bolha.»

«Como nos distraímos? No meu tempo era jogar às cartas, de manhã à noite. Eles felizmente agora jogam melhor, só jogam de dia. Cada um tem a sua forma de ocupar o tempo. Depois, no trabalho, procuramos fazer treinos diferentes. Num clube os treinos são mais rigorosos, entre aspas, aqui procuramos fazer um treino curto, à volta de 50/55 minutos, tornando-o mais alegre, sem perder o rigor. Nas palestras, também depende do selecionador ser mais criativo», concluiu o selecionador nacional.