Fernando Santos, selecionador que liderou Portugal à conquista do Euro 2016, mostrou-se honrado com o doutoramento «honoris causa» que lhe foi atribuído pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Ainda assim, o técnico português admitiu, no discurso de agradecimento, que teve dificuldades em aceitar a distinção.

«Foi difícil, sinceramente, porque nada me ligava a Vila Real, não entendia muito bem o porquê, mas depois de tanta explicação, e de muito me procurarem convencer, decidi aceitar, com muita honra e muito prazer, e por isso aqui estou presente», começou por dizer.

A conquista do Euro 2016 é um tema inevitável em todos os discursos do selecionador, que acredita que esse foi o principal motivo para a entrega do grau honorífico. O técnico de 62 anos explicou que a sorte não foi o fator decisivo para trazer o troféu para Portugal

«Muitos podem pensar que foi sorte ou milagre, sim, sorte e milagre existem, mas dão muito trabalho para se conseguirem», declarou, sublinhando de imediato o «trabalho hercúleo» de todo o staff da seleção em França.

A seleção nacional foi a décima aventura de Fernando Santos enquanto treinador principal, numa carreira que conta com praticamente 30 anos experiência. E foi precisamente a experiência que forneceu as ferramentas necessárias para reforçar o conhecimento, garante o técnico. 

«O meu conhecimento do futebol vem do talento que Deus me deu para entender o jogo e da prática de muitos anos, portanto é empírico, e que se foi consolidando e crescendo com a aquisição de conhecimentos científicos através, do estudo, mas principalmente da aprendizagem com muitos que comigo trabalharam».

A cerimónia ficou também marcada pelo discurso de António Fontainhas Fernandes, reitor da UTAD, que considerou a homenagem «justa e mais do que justificada».

«A outorga do ‘honoris causa’ a Fernando Santos sublinha na sua pessoa o papel do desporto enquanto fator de agregação e inclusão social. A universidade entendeu, desta forma, homenagear uma ilustre figura nacional pelos seus princípios ao serviço do desenvolvimento harmonioso do homem e de uma sociedade preocupada com a preservação da dignidade humana», frisou.

Fernando Santos começou a carreira de treinador principal em 1987, no Estoril, tendo passado depois por Estrela da Amadora, FC Porto, Sporting, Benfica, AEK, Panathinaikos, PAOK e seleção grega.

A conquista do Euro 2016 foi o ponto alto de uma já longa carreira.