O facto do Uruguai ter feito cinco golos neste Mundial 2018 e de todos os cinco golos terem sido de bola parada não encontra grande eco em Fernando Santos. O selecionador nacional diz que é um erro pensar que o próximo adversário só na sequência de cantos ou de livres.

«Fizeram cinco golos de bola parada mas tiveram várias oportunidades de bola corrida. O Uruguai é uma equipa de muita qualidade e que privilegia todos os aspetos do jogo. Vai ser um grande confronto», começou por dizer.

 «Tem dois grandes avançados e por alguma razão um joga no Barcelona e outra no PSG. Suarez e Cavani sobretudo jogam juntos há muito tempo e percebe-se que há movimentos que são um bocadinho automáticos. Temos de estar muito atentos a eles.»

Por outro lado, há outro aspeto que é preciso ter em conta: o Uruguai ainda não sofreu golos no Mundial. É aliás a única equipa que mantém a baliza inviolada. Motivo de preocupação?

«Preocupado não fico, mas essa é uma análise que tenho de fazer: o Uruguai ainda não sofreu golos. Oscar Tabarez está há doze anos à frente da seleção do Uruguai, tem um grande conhecimento e tem uma grande relação com os jogadores», responde Fernando Santos.

«Agora temos de ver como podemos fazer golos. A Rússia teve oportunidades para o fazer e acho que Portugal tem capacidades para fazer golos a este adversário. Mas temos sobretudo de olhar para o jogo como um todo, em defender bem e em atacar bem, gerindo bem todos os momentos.»

O selecionador nacional, de resto, vê no Uruguai uma equipa tipicamente sul americana.

«Houve uma alteração na estrutura tática no jogo com a Rússia, em relação aos jogos com Arábia Saudita e Egito. Até tive dúvidas antes do jogo se ele estaria à espera que a Rússia jogasse com três centrais», começou por revelar.

«Ele deixou de jogar em 4x4x2 clássico para jogar em 4x4x2 losango. O Betancur costuma jogar com o Vecino numa posição central, desta vez o Betancur jogou mais à frente no apoio aos avançados. A alteração surpreendeu a equipa da Rússia. Apesar da Rússia ter tido duas oportunidades para empatar, até à expulsão, depois o jogo deixou de ter interesse.»

E que análise já foi possível fazer do Uruguai?

O Uruguai é muito forte a defender e tem depois dois jogadores muito fortes na frente. É uma equipa sul americana típica, que não é tão intensa na pressão para recuperar a bola como a equipa de Marrocos, por exemplo, mas que é muito intensa nos despiques individuais.»